Um dos maiores autores da história da televisão brasileira, Gilberto Braga nos deixou em outubro do ano passado, aos 75 anos.
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Dono de grandes sucessos, como Dancin’ Days, Água Viva, Vale Tudo, Anos Rebeldes, Celebridade e Paraíso Tropical, entre outras, o profissional detestou escrever algumas tramas para a Globo, incluindo histórias que obtiveram muito êxito.
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Confira na lista:
Escrava Isaura
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Um dos maiores sucessos da história da Globo, Escrava Isaura foi exibida na faixa das seis, em 1976, e rodou o mundo. No entanto, Gilberto não guardava boas recordações da trama.
“Pessoalmente, acho a novela horrível. Até hoje não entendo porque fez tanto sucesso. Era uma produção horrorosa. Eu não gosto, especialmente do elenco. Nem do meu texto”, declarou ao livro Autores, Histórias da Teledramaturgia, do projeto Memória Globo.
Vale ressaltar que o diretor Herval Rossano também dizia que Escrava Isaura era a novela que ele menos gostava.
Brilhante
Aposta da Globo em 1981, Brilhante foi rejeitada pelo público, incluindo o mal-sucedido corte de cabelo de Vera Fischer, que afetou até o tema de abertura.
“Brilhante foi um fracasso retumbante. Entrou no ar e foi um susto. Foi uma novela muito mal bolada, com uma história impossível de contar. Não sei como caí nessa esparrela, porque era uma época de censura rigorosa. Ficou uma salada que pouca gente entendia. Aos poucos, fiz umas modificações e acabaram gostando. A partir daí, a novela se saiu bem, com prestígio. Mas, no início, foi um tremendo fracasso”, declarou o autor.
Louco Amor
Ao mesmo livro, o autor também detonou Louco Amor (1983), que ele considerava sua pior novela.
“Louco Amor era uma bobagem de novela. Grande sucesso popular e sem prestígio nas classes A e B, o que mais fez a minha carreira. O único personagem que prestava era o do José Lewgoy, o Edgar Dumont, que era muito divertido. Louco Amor é a pior novela que fiz, de longe. Escrevi por honra da firma”, disparou.
O Dono do Mundo
Gilberto Braga tinha sentimentos ambíguos em relação a O Dono do Mundo, que deu muitas dores de cabeça para a Globo em 1991.
“A primeira semana da novela foi a melhor coisa que já fiz na vida. Acho a história muito forte, embora totalmente errada como novela de televisão, porque era cruel, muito penosa para o telespectador. Era uma história séria sobre luta de classes, pobre levando porrada e não tendo como se defender. A audiência começou a cair e eu tive que mudar isso. Ficou uma bela porcaria”, explicou ao livro do Memória Globo.
Em outra obra, A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo, de André Bernardo e Cíntia Lopes, ele contou o que mudaria se tivesse que refazer a história.
“Hoje eu saberia reescrever o início sem causar rejeição. Mas depois de ter errado, fica mais fácil, não é? Bastava não ser tão pessimista, cruel e sombrio. Quer dizer, podia ser, mas tinha de ter mostrado uma possibilidade de luz no fim do túnel”, resumiu.
Babilônia
A última novela de Gilberto Braga foi muito estressante para o autor, que já enfrentava problemas de saúde.
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“A situação estava catastrófica. A audiência no Brasil inteiro era calamitosa. É uma decepção muito grande. Escrevo achando que está bom e na Bahia e em Goiás dou 12 de audiência”, contou ao jornal O Globo de 31 de maio daquele ano.
Com polêmicas e sofrendo boicote por conta de temas abordados, como o romance entre as personagens de Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, a audiência caiu vertiginosamente, se tornando um dos maiores fracassos da história do canal.