Problemas na Justiça: 5 novelas da Globo que foram parar nos tribunais

Alma Gêmea

Seja por problemas na produção, acusações de racismo ou homofobia, passando por suspeitas de plágio, algumas novelas brasileiras tiveram problemas com a Justiça, colocando suas exibições em risco.

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Vamos relembrar algumas delas?

Laços de Família (2000)

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A trama de Manoel Carlos sobre o amor e a dedicação de uma mãe (Vera Fischer) pela filha (Carolina Dieckmann) explodiu os índices de audiência entre os anos 2000 e 2001. Porém, a novela precisou se adequar por algumas indicações da justiça brasileira.

Por decisão de um juiz da Vara de Infância e Juventude, os menores de 18 anos do elenco tiveram que ser afastados da produção depois que a atriz mirim Larissa Honorato chorou copiosamente numa cena de briga entre os pais Fred (Luigi Barricelli) e Clara (Regiane Alves). Posteriormente, a atriz Júlia Maggessi substituiu a filha do casal na ficção.

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Outra determinação judicial ordenou que a novela fosse exibida às 21h, por conter cenas consideradas fortes para o horário das 20h, no qual as novelas eram tradicionalmente exibidas. A Globo recorreu da decisão.

Alma Gêmea (2005)

O clássico de Walcyr Carrasco no horário das 18h da Globo contava a história do amor imortal do botânico Rafael (Eduardo Moscovis) e da bailarina Luna (Liliana Castro). Separados de forma trágica, o casal voltava a se encontrar 20 anos depois. E foi aí que começaram os problemas.

Pelo menos dois autores acusaram a trama de ser plágio de suas obras. O autor Carlos de Andrade entrou com uma ação pedindo 10% do faturamento da novela, alegando que a história era um plágio de seu romance “Chuva de Novembro”, lançado em 1997.

A autora Shirley Costa também moveu uma ação contra a emissora, alegando que a novela plagiava seu livro “Rosácea”. Shirley chegou a afirmar que Walcyr havia recebido uma cópia de seu livro. O autor global negou o conhecimento sobre os dois romances. Em 2010, o autor foi inocentado de ambas as acusações. A Justiça entendeu que os trechos em comum nas histórias são típicos de obras já contadas em todo o planeta por séculos.

A Lua Me Disse (2005)

Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa voltavam ao horário das 19h, no qual haviam estado em 1996 com “Salsa e Merengue”. Com acusações de racismo e preconceito, não demorou para a A Lua Me Disse virar caso de justiça.

A personagem Índia, interpretada pela atriz paraense Bumba, era vítima de constantes humilhações e situações vexatórias por parte das personagens Adail (Bia Nunnes) e Adalgisa (Stella Miranda). Para os defensores das causas indígenas, o núcleo reforçava estereótipos negativos e ultrapassados em relação a essa população.

Em julho de 2005, o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro recomendou à Globo que não fossem mais exibidas cenas em que a personagem aparecesse em situações degradantes.

A novela ainda enfrentou acusações de racismo por conta das sequências polêmicas das personagens Latoya (Zezeh Barbosa) e Whitney (Mary Sheila), negras que tinham “vergonha” de suas origens.

Segundo Sol (2018)

Antes da estreia da novela de João Emanuel Carneiro, o Ministério Público do Trabalho pediu que a Rede Globo fizesse adaptações na trama, com o objetivo de inserir mais atores negros no elenco. O órgão enviou um documento com 14 recomendações para haver maior representação racial na produção e nos outros produtos da casa.

Ambientada na Bahia, Estado com maior percentual de população negra do Brasil, a novela foi criticada pelo baixo número de atores negros no elenco.

Na trama, o famoso cantor de axé Beto Falcão (Emílio Dantas) estava em plena decadência no final dos anos 1990, em Salvador, até que um avião em que ele deveria estar cai e ele é dado como morto. A partir daí, Beto vê sua imagem ser ovacionada e é pressionado a aproveitar o sucesso momentâneo.

O Sétimo Guardião (2018)

Aprovada em 2017 para a grade de 2018, a novela “O Sétimo Guardião” foi adiada e “Segundo Sol” entrou na faixa das 21h após o final de “O Outro Lado do Paraíso”.

O roteirista Silvio Cerceau, ex-aluno da oficina ministrada por Aguinaldo em 2015, entrou com uma ação na Justiça reivindicando a coautoria da novela. Cerceau alegou que a sinopse da trama foi desenvolvida durante a Master Class. Do outro lado, Aguinaldo também abriu um processo contra Cerceau, alegando quebra de contrato de confidencialidade.

Para evitar maiores transtornos, a Globo concedeu créditos a Cerceau e aos outros 25 alunos que reivindicaram a coautoria da novela. A menção aparece nos créditos finais dos capítulos.

Marcada por polêmicas nos bastidores, a novela foi um fiasco de audiência, derrubando os índices conquistados pelas antecessoras. Em janeiro de 2020, Aguinaldo Silva foi dispensado da Globo após 40 anos de emissora.

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