Foram parar nos tribunais: 5 novelas da Globo acusadas de plágio

Na história da Globo, mesmo novelas de sucesso já deram dores de cabeça para a emissora. Algumas produções foram acusadas de plágio, resultando, geralmente, em processos judiciais.

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Confira na lista:

Alma Gêmea (2005)

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O clássico de Walcyr Carrasco contava a história do amor imortal do botânico Rafael (Eduardo Moscovis) e da bailarina Luna (Liliana Castro). Separados de forma trágica, o casal voltava a se encontrar 20 anos depois.

E foi aí que começaram os problemas. Pelo menos dois autores acusaram a trama de ser plágio de suas obras. O autor Carlos de Andrade entrou com uma ação pedindo 10% do faturamento da novela, alegando que a história era um plágio de seu romance “Chuva de Novembro”, lançado em 1997.

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A autora Shirley Costa também moveu uma ação contra a emissora, alegando que a novela plagiava seu livro “Rosácea”. Shirley chegou a afirmar que Walcyr havia recebido uma cópia de seu livro.

O autor global negou o conhecimento sobre os dois romances. Em 2010, o autor foi inocentado de ambas as acusações. A Justiça entendeu que os trechos em comum nas histórias são típicos de obras já contadas em todo o planeta por séculos.

Mas esses problemas não foram exclusivos dessas novelas. Também passaram por apuros tramas como A Próxima Atração (1970), Que Rei Sou Eu? (1989), Cobras & Lagartos (2006) e O Sétimo Guardião (2018), entre outras, cujos casos abordaremos em outros textos.

Espelho Mágico (1976)

A trama que revelava os segredos dos artistas não foi bem aceita pelo público. Além disso, houve até quem enxergasse plágio na trama de Coquetel de Amor, a novela que havia dentro da produção.

A história central lembrava nitidamente outra novela: O Semideus (1973-1974), de Janete Clair. O acidente de iate forjado para eliminar o protagonista de O Semideus foi recriado em Coquetel de Amor, com o mesmo ator inclusive, Tarcísio Meira.

Com sua trama metalinguística, Lauro César Muniz quis fazer referências a cenas marcantes de histórias de seus colegas. Janete Clair não gostou dessa citação à sua novela, mas não foi intenção de Lauro criticar a sua obra. A ideia era brincar com as repetitivas tramas folhetinescas.

“É um coquetel carinhoso de todas as novelas”, explicou o autor, fazendo alusão a outra obra sua: Carinhoso (1973-1974).

De Quina Pra Lua (1985)

Além da audiência decepcionante, a novela, exibida entre 1985 e 1986, acabou dando várias dores de cabeça para a Globo, através de uma série de acusações de plágio.

Uma delas veio do dramaturgo Aziz Bajur, que viu na trama central da produção, onde um homem morto voltava à Terra para proteger sua família, semelhantes incríveis com sua peça “Velório à Brasileira”.

O Outro (1987)

A autora Tânia Lamarca acionou a Globo judicialmente por crime de lesão de direito autoral. Tânia havia desenvolvido para a Casa de Criação Janete Clair, coordenada por Dias Gomes, a sinopse de Enquanto Seu Lobo Não Vem, contando com a colaboração de Marilu Saldanha, então casada com Walter Borja Lopes, o Borjalo, diretor-adjunto nacional da vice-presidência de operações da emissora.

Borjalo, então responsável pelas apreciações de sinopses dentro do canal, teria lido o roteiro a pedido de Marilu e redigido de próprio punho um atestado confirmando que O Outro constituía plágio de Enquanto Seu Lobo Não Vem.

No manuscrito, o diretor afirmava que Aguinaldo Silva poderia não ter conhecimento da trama de Tânia Lamarca, já que “história de duplos é muito comum na literatura universal”. Porém, responsabilizava a Casa de Criação por “má fé, omissão, preguiça de ler ou má memória”.

Aguinaldo falou em “armação”, ao Jornal do Brasil de 11 de setembro de 1987. Disse achar estranho que Ferreira Gullar, enquanto lia os capítulos de sua novela (ainda em junho de 1986), orientasse Tânia, segundo a própria, a retirar o contexto político de sua obra, a diferença mais gritante entre as sinopses de ‘Outro’ e ‘Lobo’.

O processo acabou implodindo a Casa de Criação, acusada de recolher ideias de autores, consagrados ou inexperientes, para “avaliação” e entrega-las a outros roteiristas – suspeitas rechaçadas por Dias Gomes.

A Globo expôs em sua defesa, dois anos após o início do processo, uma cláusula do contrato de Aguinaldo Silva na qual ele se responsabilizava pela originalidade de sua novela.

O autor assegurou que sua única fonte de inspiração foi o filme O Terceiro Homem, produzido em 1949, com base na obra de Graham Greene. A perícia judicial constatou a existência de plágio: as duas tramas possuíam desdobramentos semelhantes e circularam, na mesma época, pela Casa de Criação.

Por fim, Tânia Lamarca assinou um acordo com a Globo, com o qual recebeu uma polpuda indenização.

A Próxima Vítima (1995)

Um dos maiores sucessos da história da Globo também deu dores de cabeça para a emissora. Um advogado chamado Péricles Crispim processou o canal, pedindo, inclusive, a suspensão da exibição da novela, o que foi negado pela Justiça.

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De acordo com o Jornal do Brasil, Crispim alegava que o enredo da trama de Silvio de Abreu era muito semelhante ao romance “Por um raio de luz”, que havia escrito há 15 anos e que nunca foi publicado, mas que acabou sendo registrado como sinopse na Biblioteca Nacional, com uma cópia enviada para a Globo. Quatro meses depois, as 37 páginas lhe foram devolvidas com uma carta de recusa da emissora.

Ao JB, Abreu se defendendo que só tomou conhecimento do processo alguns dias antes, quando leu a sinopse do advogado.

Segundo ele, a Globo devolveu o envelope sem sequer abri-lo.

“Nada que é enviado à Globo sem ser solicitado é lido. Nós, autores, também temos essa recomendação para evitar esse tipo de problema. A medida é lamentável, porque inibe o aparecimento de talentos, mas impede casos como este”, enfatizou.

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