Lançado em 5 de maio de 1980 pela Globo, o Vale a Pena Ver de Novo se estabeleceu nessas mais de quatro décadas como uma sessão de nostalgia para os fãs de novelas, embora muitas vezes o espaço de tempo entre a exibição original e a reprise tenha sido relativamente curto.
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Mas a faixa já teve seus momentos difíceis, principalmente quando a tesoura da edição, que compacta a obra para ser exibida em horário vespertino e em um menor período de tempo, cortou as tramas de forma impiedosa.
Confira na lista algumas das novelas mais picotadas:
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Roda de Fogo
O que poderia ser considerada uma proeza foi, na prática, o maior atentado já cometido contra a reprise de uma novela: os 179 capítulos originais de Roda de Fogo (exibidos de agosto de 1986 a março de 1987) foram convertidos em apenas 34, que foram ao ar de maio a julho de 1990.
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Das tantas teorias que surgiram ao longo do tempo para explicar o fato inusitado, a mais aceita é que esse compacto foi feito especificamente para aquele período, durante o qual foram transmitidos os jogos da Copa do Mundo daquele ano, realizada na Itália.
O Vale a Pena Ver de Novo preenchia o espaço na grade entre dois jogos vespertinos da competição. A escolha de Roda de Fogo se deveu ao perfil da trama, considerado atrativo para o público masculino, mais adepto do futebol.
Bebê a Bordo
Recém-disponibilizada no Globoplay, Bebê a Bordo agora vive um momento muito distinto daquele em que foi reexibida no Vale a Pena Ver de Novo, de novembro de 1992 a março de 1993.
Na ocasião, a trama de 209 capítulos (exibida pela primeira vez de junho de 1988 a fevereiro de 1989) foi reduzida para 90.
O mais curioso é que, em 2018, esta foi a primeira novela a passar pela tesoura no canal Viva, que sempre reapresentou as produções na íntegra.
O motivo alegado foi permitir que uma reprise especial de Vale Tudo, colocada no ar a partir de 18 de junho, começasse em uma data próxima ao aniversário de 30 anos do início da exibição original (16 de maio de 1988).
Felicidade
Outra das mais retalhadas da história da sessão de reprises, Felicidade teve uma versão de 55 capítulos exibida de fevereiro a abril de 1998, época em que a grade vespertina da Globo passava por um momento confuso, com mudanças sucessivas.
Sete anos antes, quando estreou, chegou a 203, muito em função de esticamentos necessários até a definição de sua substituta na faixa das 18h, que acabou sendo Despedida de Solteiro (1992).
O Salvador da Pátria
Embora esteja entre os grandes sucessos da Globo dos anos 1980, a trama protagonizada por Lima Duarte teve muitas cenas limadas em sua aparição no Vale a Pena de Ver de Novo: foram 87 capítulos de abril a agosto de 1998, nove anos depois de sua versão original, que teve 186 capítulos.
Em 2021, teve a chance de se redimir no Viva, com uma bem-sucedida reexibição na íntegra.
Sete Pecados
Os baixos índices de audiência em sua reapresentação justificaram uma impiedosa condensação da trama de Walcyr Carrasco (cuja primeira versão foi ao ar de junho de 2007 a fevereiro de 2008).
O total de capítulos foi reduzido de 208 para 83, em uma tentativa de evitar que o prejuízo se estendesse por mais tempo (durou de setembro de 2010 a janeiro de 2011).
A pressa era tanta que a Globo chegou a ser acusada de comprimir nove capítulos originais em apenas um da reprise, o que foi negado à época pela emissora.
O Profeta
O inglório título de pior Ibope dos anos 2010 no Vale a Pena Ver de Novo foi para O Profeta (no ar pela primeira vez de outubro de 2006 a maio de 2007, em 178 capítulos), que atingiu pífios 11,83 pontos de média final na Grande São Paulo, sendo que as melhores médias registradas no horário ficaram em torno de 18 pontos.
Este número foi, inclusive, o índice máximo atingido em seu melhor momento durante a reprise (exibida de fevereiro a agosto de 2013, em 115 capítulos).