Grandes nomes que se destacaram na TV brasileira participaram de coberturas olímpicas nos mais variados canais. Alguns deles infelizmente já nos deixaram.

Confira na lista:

Luciano do Valle

Considerado por muitos o maior narrador esportivo da história da televisão brasileira, Luciano do Valle revolucionou as transmissões no gênero a partir de 1983, quando ingressou na Band e criou o Show do Esporte. Mesmo antes disso, já se destacava na Globo, onde estava desde o início dos anos 1970.

Narrou as Olimpíadas de 1972, 1976 e 1980 pela Globo; a partir de 1984, fez as coberturas pelo canal da família Saad.

Luciano morreu em 19 de abril de 2014, aos 66 anos. Indo para Uberlândia, onde faria a abertura do Campeonato Brasileiro daquele ano, passou mal no avião, foi conduzido a um hospital, mas não resistiu.

Júlio Delamare

Apesar de ter transmitido somente os Jogos Olímpicos de 1972, pela Globo, Júlio Delamare ficou marcado na história do esporte brasileiro por incentivar diversas modalidades e pelo rico conhecimento que tinha.

Primeiro diretor do departamento esportivo da emissora, morreu no dia 11 de julho de 1973, aos 45 anos, no acidente com o voo 820 da Varig, que fez um pouso de emergência perto do Aeroporto de Orly, na França, após um incêndio. Ele se dirigia à Inglaterra para transmitir uma corrida de Fórmula 1.

Maurício Torres

Depois de passar boa parte de sua carreira na Globo, onde cobriu as Olimpíadas de 1996, 2000 e 2004, Maurício Torres recebeu um convite da Record, ingressando na emissora em 2005.

Se tornou um dos principais nomes do canal, apresentando o Esporte Fantástico e comandando as transmissões dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e 2011, da Olimpíada de 2012, em Londres, que a Record transmitiu com exclusividade na TV aberta, e das Olimpíadas de Inverno de 2010 e 2014.

O narrador morreu em 31 de maio de 2014, aos 43 anos. Ele ficou internado durante um mês no Hospital Sírio-Libanês após passar mal num voo entre o Rio de Janeiro e São Paulo. No hospital, foi constatada uma arritmia cardíaca, agravada por uma infecção pulmonar.

Marco Antônio

Afunda, afunda, afundou! Quem assistia às transmissões olímpicas de vôlei nos anos 1990 vai se lembrar de Marco Antônio Mattos, narrador que marcou época na Bandeirantes.

Dono de muitos bordões e criador de apelidos para jogadores, como “Gilsão Mão de Pilão”, Marco formava uma ótima dobradinha com o comentarista Paulo Russo.

Após deixar a Band, foi para a Rede Vida, em São José do Rio Preto (SP). Ele morreu em 15 de fevereiro de 2004, aos 65 anos, após sofrer um acidente de carro num domingo de muita chuva, na rodovia entre Bebedouro e Pitangueiras, no interior de São Paulo.

Paulo Stein

Um dos mais famosos nomes da Rede Manchete, Paulo Stein ficou no canal da família Bloch durante boa parte dos anos 1980 e 1990, participando de várias coberturas olímpicas e de Copa do Mundo.

Depois de passar por canais como CNT, Record e ESPN Brasil, entre outros, passou a integrar o time do Sportv em 2011, narrando competições no Rio de Janeiro, em 2016. Foi dispensado pelo Grupo Globo em 2019, não retornando mais ao vídeo.

Stein morreu em 27 de março de 2021, aos 73 anos, em decorrência de complicações causadas pela Covid-19.

Geraldo José de Almeida

Espécie de Galvão Bueno dos anos 1960 e 1970, Geraldo José de Almeida ficou marcado pela transmissão dos jogos da Copa de 1970 pela Globo, utilizando bordões como “por pouco, muito pouco, pouco mesmo”.

Pai de Luiz Alfredo, que viria a transmitir Olimpíadas pela Globo nas décadas seguintes, Geraldo transmitiu os jogos de 1972, em Munique, na Alemanha, pela emissora carioca. Quatro anos depois, após deixar a Globo, narrou a competição pela Record.

Ele morreu 15 dias após o fim dos Jogos Olímpicos de Montreal, em 16 de agosto de 1976, aos 57 anos, vítima de câncer no pâncreas.

Destacamos apenas cinco nomes, mas vale lembrar que outros grandes profissionais poderiam constar na lista, como Fernando Vannucci, que ficou marcado como apresentador, mas chegou a narrar competições, J. Hawilla, Luis Noriega, Orlando Duarte, Osmar de Oliveira, Januário de Oliveira, Tércio de Lima, Carlos Valadares e Alberto Léo.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor