5 autores que perderam o emprego após o fracasso de suas novelas
23/01/2022 às 18h06
Na história da televisão brasileira, o fracasso de uma novela acabou custando caro para determinados autores, que foram demitidos ou pediram as contas.
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Confira cinco exemplos abaixo:
Silvio de Abreu
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Dono de grandes sucessos na história da Globo, o autor não se deu bem em sua primeira novela na emissora.
Em 1978, escreveu Pecado Rasgado para a faixa das sete, que ele próprio considera o maior mico de sua carreira.
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Inexperiente, teve problemas com o diretor Régis Cardoso e enfrentou até uma rebelião no elenco.
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“Eu ainda não tinha a experiência necessária para lidar com a estrutura de uma emissora como a Globo. Minha expectativa com relação à novela era muito grande e a frustração foi imensa. No final das contas, não consegui reverter o quadro e fazer com que a novela fosse interessante para o público”, contou ao livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo.
Após o fim da produção, o autor pediu demissão da Globo, mas retornou pouco depois.
Lauro César Muniz
Após sucessos como Carinhoso, Escalada e O Casarão, Lauro César Muniz teve um forte revés na Globo entre 1979 e 1980, quando escreveu Os Gigantes para a faixa das oito da emissora.
Considerada depressiva, a trama abordou temas como doença, eutanásia, aborto, brigas familiares, processos judiciais e, no final, para completar, a protagonista se suicidou. Não tinha como dar certo.
Além disso, Dina Sfat, que vivia a protagonista, mostrou seu descontentamento público sobre a produção.
“Era uma novela mórbida, pesada, infeliz. Dina Sfat rompeu comigo. Ela chegava no estúdio, pegava o script, jogava no chão e sapateava em cima: ‘Não vou fazer essa droga de jeito nenhum’, ela gritava”, contou.
Antes mesmo do final da trama, Muniz acabou sendo demitido. Ele foi para a Bandeirantes, onde escreveu Rosa Baiana, voltando para a Globo em 1983.
Benedito Ruy Barbosa foi chamado para assumir a história, mas se negou, em solidariedade ao amigo, também deixando o canal.
O final foi escrito por um autor cujo nome não foi relevado na época – em sua biografia, Muniz revelou que descobriu, anos depois, que o redator foi Walter George Durst.
Aguinaldo Silva
No início de 2020, a Globo anunciou que não renovaria o contrato de Aguinaldo Silva, que estava na emissora há 40 anos.
Autor de grandes sucessos, como Roque Santeiro, Vale Tudo, Tieta, Pedra sobre Pedra, A Indomada e Senhora do Destino, entre outras, ele perdeu o emprego após o fracasso de O Sétimo Guardião, tumultuada novela das nove exibida entre 2017 e 2018.
“Primeiro, eu fiquei chocado. Quando as coisas são assim muito oficiais, depois de uma relação tão longa e que rendeu tantos frutos para ambas as partes, essa coisa assim meio burocrática, oficial, é meio chocante. E eu fiquei um pouquinho magoado com duas ou três pessoas que também não estão mais lá”, desabafou o autor no programa A Noite é Nossa, da Record, no ano passado.
Bosco Brasil
Após colaborar na autoria de novelas como Torre de Babel, As Filhas da Mãe e Coração de Estudante, Bosco Brasil foi para a Record, onde fez Essas Mulheres e Bicho do Mato.
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Em 2010, o consagrado autor teatral ganhou espaço entre os autores da Globo, estreando como autor principal na emissora em Tempos Modernos.
No entanto, a novela das sete foi um grande fiasco, derrubando os índices de audiência da Globo e deixando o autor traumatizado.
Bosco deixou a Globo após a produção e voltou a colaborar com a Record nos últimos anos.
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Tiago Santiago
Depois de alguns trabalhos como roteirista e colaborador na Globo, Tiago Santiago se destacou na Record, a partir de 2004, como tramas como A Escrava Isaura, Prova de Amor e Os Mutantes.
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Em 2010, foi contratado a peso de ouro pelo SBT, iniciando sua trajetória no canal de Silvio Santos com o remake de Uma Rosa com Amor.
No entanto, a relação azedou em 2011, com a novela Amor e Revolução. Passada na época do regime militar, a trama contou com grande investimento e não rendeu a audiência esperada.
Depois disso, o autor foi colocado na geladeira do canal e não teve seu contrato renovado.