Um remake, por mais que mantenha intacta a história contada anteriormente, acaba se transformando numa nova novela. Afinal, os anos que separam uma trama da outra fazem com que a percepção do público se modifique. O que deu certo antes pode não dar tão certo agora e vice-versa.
Renascer deixa isso bem claro. Vários personagens criados por Benedito Ruy Barbosa em 1993 fizeram um enorme sucesso junto ao público. Mas, 31 anos depois, os mesmos personagens já não alcançam a mesma popularidade.
É o caso de Tião Galinha (Irandhir Santos), Lu (Eli Ferreira), Lívio (Breno da Matta) e Joana (Alice Carvalho), que tiveram bem mais destaque na trama original que no remake. Confira!
Tião Galinha
Tião Galinha é um dos personagens mais lembrados da primeira versão de Renascer. O tipo simplório, que acredita que enriquecerá ao criar um diabinho numa garrafa, encantou o público em 1993.
Osmar Prado criou um personagem forte, cheio de camadas, com vários tiques e maneirismos. Isso tornou Tião Galinha um tipo muito popular. Tanto que sua morte comoveu o público.
Já em 2024, Irandhir Santos também vem fazendo um trabalho competente e profundamente emocionante. Mas, curiosamente, Tião Galinha não tem o mesmo destaque na versão atual. Ele acabou ficando em segundo plano no remake.
Professora Lu
Professora da vila onde se passa a trama de Renascer, Lu foi interpretada por Leila Lopes na primeira versão. A atriz já vinha de outros trabalhos na TV, mas foi a professorinha que a projetou de vez na telinha.
Na nova versão, Eli Ferreira é quem vive Lu. A atriz esteve ótima no papel, mas, assim como acontece com Tião Galinha, Lu perdeu espaço na adaptação. A história da paixonite por João Pedro (Juan Paiva), por exemplo, ficou mais nas entrelinhas. O romance com Bento (Marcello Melo Jr) também ficou em segundo plano.
O autor Bruno Luperi preferiu manter o foco de Renascer nos personagens principais. Por isso, alguns coadjuvantes acabaram tendo suas trajetórias mais apagadas, como aconteceu com Lu.
Lívio
Em 1993, Lívio era um padre, interpretado por Jackson Costa. O personagem teve um amplo destaque na primeira versão, sobretudo porque viveu um conflito muito intenso.
Na primeira versão da trama, Lívio se percebia apaixonado por Joaninha (Tereza Seiblitz), e, por isso, passou a viver atormentado, dividido entre a vida religiosa e o amor por uma mulher. O casal ganhou a torcida do público, já que, com a morte de Tião, Joana ficou viúva na trama original.
Mas, no remake, Lívio foi transformado em pastor, o que eliminou a questão do celibato. Além disso, ele nunca chegou a se apaixonar de verdade por Joana, o que poderia criar um conflito de se ver amando uma mulher casada. Tudo isso deixou o personagem sem função.
Joana
Vivida por Alice Carvalho, a nova Joana teve bons momentos no remake de Renascer.
O autor Bruno Luperi mudou os rumos da personagem e criou conflitos interessantes com ela e Tião Galinha, que acabou não morrendo desta vez.
Contudo, em 1993, Joana dominou a reta final da novela. O romance com o padre Lívio mobilizou o público na época, fazendo com que o casal tivesse imenso destaque. Mas, desta vez, isso não aconteceu.
