18 situações absurdas que as novelas da Globo tiveram que superar
11/11/2024 às 14h10
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Por 24 anos, a TV brasileira sofreu com a ação da censura do Governo Federal: de 1964 a 1984 (Regime Militar) e de 1985 a 1988 (Nova República).
Também o teatro, cinema, rádio, música, artes, imprensa e mídia em geral. A Constituição de 1988 extinguiu o DCDP (Divisão de Censura de Diversões Públicas), pondo fim a uma era obscura que fez nossa TV parar no tempo, sem força para discutir temas caros à sociedade.
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O Governo continuou com poder de vigiar e limitar a programação da TV, mas por meio de outras instâncias, e não mais com um órgão governamental criado exclusivamente para esta finalidade, ao qual as emissoras eram obrigadas a se submeter.
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Foi com a ditadura do Governo Militar – que criou o DCDP -, que os obtusos censores de Brasília ganharam poder para vetar, coibir e limitar temas tidos como “malditos” para as telenovelas, como aborto, drogas, racismo, homossexualidade, política, polícia, adultério, sexo, incesto, gravidez, separação, religião, violência e outros – em nome da moral e dos bons costumes e pela manutenção da tríade tradição, família e propriedade.
Abaixo, cito 20 dos mais emblemáticos e absurdos casos de censura às telenovelas durante o período da Ditadura Militar (1964-1984). A finalidade é relembrar e fazer refletir, para que não volte a acontecer.
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Confira:
Meu Pedacinho de Chão, 1971
A novela enfrentou diversos problemas com a censura do Regime Militar, como, por exemplo, na cena em que um personagem tocava violão e cantava o Hino Nacional para os caboclos. Depois disso, um aluno cantava o hino da escola, tendo a bandeira do Brasil estendida sobre a mesa. A censura cortou as cenas, alegando que o hino brasileiro não podia ser cantado naquele ambiente e que a bandeira só podia aparecer em “cenas especiais”.
Selva de Pedra, 1972
A Censura Federal impediu o casamento de Cristiano (Francisco Cuoco) e Fernanda (Dina Sfat), ainda que ele acreditasse estar viúvo de Simone (Regina Duarte), considerada morta em um desastre de carro (no que, inclusive, os demais personagens acreditavam). O problema – para os censores – é que ela estava viva. Eles alegaram que, se Cristiano se casasse novamente, estaria incorrendo no crime de bigamia. Vinte e dois capítulos foram inutilizados e dezenas de sequências foram regravadas, a começar pela cena em que Fernanda espera o noivo na igreja.
O Bem-Amado, 1973
A censura implicou com as palavras “coronel”, que vinha sendo usada para se referir ao prefeito Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), e “capitão”, como era chamado o matador Zeca Diabo (Lima Duarte). Os militares do Regime se sentiram atingidos, já que os apelidos eram usados para personagens “negativos”. A produção teve que apagar o áudio de dezenas de citações ao coronel em 15 capítulos já gravados.
Também Zeca Diabo não poderia mais ser chamado de capitão. Palavras como “ódio” e “vingança” também foram vetadas. A música da abertura da novela, idem: era “Paiol de Pólvora”, interpretada por Toquinho e Vinícius de Moraes: “estamos sentados num paiol de pólvora…” Foi então substituída por outra música, “O Bem Amado”, gravada pelo grupo MPB4 (creditado no disco como Coral Som Livre).
Fogo Sobre Terra, 1974
“Fizemos três novelas em uma só: uma que foi escrita, outra que foi realizada e uma terceira que foi ao ar”. Um dos diretores de produção assim definiu a batalha que foi a gravação de Fogo Sobre Terra, por causa da interferência da censura. Na época, o Governo Federal construía a Usina Hidrelétrica de Itaipu e enxergou na trama críticas à sua obra. Vários capítulos tiveram que ser regravados e outros tantos reescritos até que as autoridades ficassem satisfeitas. O pivô da celeuma era o personagem Pedro Azulão (Juca de Oliveira) que liderava os moradores de uma cidadezinha contra a construção da hidrelétrica da história. Os censores não gostaram de seu comportamento e exigiram que ele se emendasse.
A autora Janete Clair pensou em dar uma morte heroica para Azulão, mas as autoridades preferiam que, em vez de mártir, ele se tornasse um cidadão cordato.
Contou Janete em entrevista, queixando-se da censura: “É preciso dizer que não tem sido fácil escrever ‘Fogo Sobre Terra’. Por vezes o telespectador deve ter achado um capítulo sem nexo, truncado, e deve ter imaginado que eu enlouqueci. Não é fácil dizer a verdade. E, às vezes, ela vai ao ar mutilada por mil injunções. Em ‘Fogo Sobre Terra’, de uma só vez, tive que rasgar 12 capítulos. E muitas cenas saíram de minha máquina e não chegaram ao vídeo”.
O Rebu, 1974-1975
Pela primeira vez, a homossexualidade foi tratada em uma telenovela – mas não abertamente. Conrad Mahler (Ziembinski) tinha um caso com o garotão Cauê (Buza Ferraz), ainda que não fosse explícito para o telespectador. Para passar pela Censura Federal, foi exigido que Cauê aparecesse como filho adotivo do velho. Porém, no decorrer da trama, tudo ficava claro nas entrelinhas, principalmente pelas atitudes do “casal”. No meio da história, uma cena sem diálogos foi vítima de corte: uma suposta associação das imagens de Cauê e Silvia (Buza Ferraz e Beth Mendes), de mãos dadas, girando, com as imagens de Cauê e Mahler (Buza Ferraz e Ziembinski) na mesma atitude.
“Essa associação reflete uma identidade de sentimentos entre os dois ‘casais’“, escreveram os censores. Capítulos adiante e mais uma observação sobre a postura do personagem Cauê: “demonstra os ciúmes do velho, percebendo-se em toda a sequência um envolvimento que explode quando Cauê se abraça com Mahler“.
A novela também sugeria um interesse amoroso entre as personagens Roberta e Glorinha (Regina Viana e Isabel Ribeiro), o que fez os censores cortarem várias cenas.
Escalada, 1975
Diversas cenas foram censuradas. Apesar da referência, na trama, à construção de Brasília, o nome do presidente Juscelino Kubitschek não era mencionado por imposição do Governo Militar. JK era persona non grata do Regime.
Narrou o autor Lauro César Muniz ao jornal O Globo, em 2014:
“Tentei usar [a sigla] JK. Fui impedido. Tentei Nonô, apelido de juventude. Nada! (…) O que fiz? Coloquei o personagem de um deputado assobiando ‘Peixe Vivo’, a música-símbolo do JK, da juventude do presidente em Diamantina, quando fazia serenatas”.
Roque Santeiro, 1975
A novela já tinha 10 capítulos editados e quase 30 gravados quando, na noite de sua estreia, em 27/08/1975, foi proibida de ir ao ar pelo Governo Militar. Faltando poucos minutos para começar a atração, o apresentador Cid Moreira deu a notícia no Jornal Nacional e leu o editorial escrito por Armando Nogueira, então diretor do telejornal, anunciando o veto.
O Governo justificava: “A novela contém ofensa à moral, à ordem pública e aos bons costumes, bem como achincalhe à Igreja”.
Para escrever Roque Santeiro, Dias Gomes baseou-se em sua peça “O Berço do Herói”, escrita em 1963, já proibida, à época, de ser encenada. Sobre a proibição da novela, Artur Xexéo narrou em seu livro “Janete Clair, a Usineira de Sonhos”:
“A sinopse estava em Brasília quando o autor recebeu um telefonema do amigo Nelson Werneck Sodré. (…)
‘O que é que você está fazendo?’ – quis saber Werneck.
‘Uma pequena sacanagem’ – respondeu Dias. ‘Estou adaptando O Berço do Herói para a TV’.
‘Mas a Censura vai deixar passar?’
‘Não tem mais o cabo. Assim passa. Esses militares são muito burros!’
Como também era hábito, o telefone de Nelson Werneck Sodré estava grampeado. A conversa foi gravada, a censura entendeu as intenções de Dias, os militares voltaram a se sentir atingidos e a sinopse nunca foi oficialmente liberada”.
Dez anos depois, em 1985, com os ares liberais da Nova República, Roque Santeiro pôde enfim ir ao ar, em nova produção, tornando-se um dos maiores sucessos da TV brasileira de todos os tempos.
O Casarão, 1976
A censura não permitiu que o autor Lauro César Muniz manipulasse o triângulo Jarbas-Estevão-Lina, que daria a mensagem final da posição da mulher na sociedade em suas mutações. Lina (Renata Sorrah), ao contrário das mulheres ancestrais de sua família, rompia um casamento fracassado com Estevão (Armando Bógus) para se juntar ao homem amado, Jarbas (Paulo José), contrastando dessa maneira com sua avó Carolina (Yara Côrtes), que se casou com um homem amando outro. Contudo, o Regime Militar não permitia o adultério feminino e recomendou que Lina pedisse o divórcio, pois não poderia se apaixonar ainda estando casada. Não foi permitido nem mostrar que Lina usava anticoncepcionais.
Saramandaia, 1976
Apesar de experimentar o realismo fantástico, trabalhando com simbologias e metáforas, o autor Dias Gomes não escapou da censura do Regime e Saramandaia foi um das novelas mais visadas pelos militares na história. Quase todos os capítulos tiveram algum tipo de corte. O autor driblou como pôde a ação dos censores e usava um estratagema: como os critérios eram extremamente variáveis, e os censores eram trocados frequentemente, o autor repetia uma cena vetada 20 capítulos adiante e, se novamente cortada, voltava a repeti-la, até ela ser finalmente aprovada.
Despedida de Casado, 1976
Um ano e três meses após vetar Roque Santeiro, a censura fez o mesmo com Despedida de Casado, novela que vinha sendo escrita para o horário das 22 horas. “Atentatória aos bons costumes” foi o diagnóstico. A novela tratava de um tema tabu para aqueles meados dos anos 70: a separação de casais.
Dez dias antes de estrear, com chamadas no ar, a direção da TV Globo de Brasília recebeu um comunicado oficial do Governo declarando a novela definitivamente proibida. Trinta capítulos já estavam gravados e outros tantos escritos e sendo produzidos. Isso aconteceu às vésperas do Natal de 1976. A Globo anunciava sua nova atração para o horário das 22 horas com estreia para a segunda-feira do dia 03/01/1977.
O autor, Walter George Durst, desabafou: “Com certeza os censores não leram toda a proposta da sinopse e permitiram assim que uma conclusão apressada jogasse por terra um trabalho em que venho me empenhando há anos (…) ‘Despedida de Casado’ não era contra o casamento. Eu quis mostrar a crise em que caem os casais depois daquela fase Romeu e Julieta, mas sobretudo eu mostrava que essas crises podem ser superadas“.
Escrava Isaura, 1976-1977
O autor Gilberto Braga foi chamado a Brasília para conversar com os censores. Ficou estabelecido que ele não poderia falar de escravo (!). Para a novela ser liberada, o autor teve que tirar dos diálogos a palavra “escravo”, substituindo por “peça”.
Gilberto narrou em entrevista os problemas com a censura: “Uma censora me disse que a escravatura tinha sido uma mancha negra na história do Brasil e que não deveria ser lembrada – aliás, segundo ela, o ideal seria arrancar essa página dos livros didáticos; imagine então falar disso na novela das seis… Um censor falou que a novela podia despertar sentimentos racistas na netinha dele, porque ela via os brancos batendo nos escravos na televisão e podia querer bater nas coleguinhas pretas dela. Aí eu disse ao censor que ele devia ver um psicólogo para a menina porque, se ela se identificava assim com os bandidos…“.
Em 1992, Gilberto usou essa passagem, com muita propriedade, em sua minissérie Anos Rebeldes, ambientada durante a Ditadura Militar, em que o personagem Galeno Quintanilha (Pedro Cardoso), um novelista, é repreendido pelos censores ao escrever uma trama de cunho abolicionista. Galeno era o alter ego do autor, que levou ao público, por meio da minissérie, as dificuldades de se escrever uma novela nos Anos de Chumbo.
Duas Vidas, 1976-1977
Na trama da novela, o vilão era o metrô, que, à época, estava em construção na cidade do Rio de Janeiro. Uma obra do Governo Federal, e, como tal, não poderia ser criticada na televisão. A censura também não gostou do relacionamento amoroso entre Sônia (Isabel Ribeiro) e Maurício (Stepan Nercessian), por ela ser bem mais velha que ele, apesar de os dois serem solteiros e desimpedidos. O diagnóstico foi implacável: além de subversiva, Duas Vidas atentava contra a moral e os bons costumes. Janete Clair, a autora, desabafou em uma carta enviada aos censores:
“Quem lhe escreve é uma escritora perplexa e desorientada em face dos cortes que vêm sendo feitos pela Censura Federal nos últimos capítulos da novela ‘Duas Vidas’. Perplexa e desorientada não apenas pela drástica mutilação da obra que venho realizando, como também diante do incompreensível critério que orienta a ação dos censores. De fato não posso entender que conceitos morais ou de qualquer natureza possam determinar a proibição de um romance de amor entre um jovem e uma mulher madura, ambos solteiros. (…) Não posso entender igualmente o porquê da proibição de outra cena em que o dono de uma casa de móveis reclama contra a poeira produzida pelas obras do metrô, que lhe emporcalha os móveis e afugenta a freguesia, quando todos nós sabemos dos transtornos ocasionados por essa obra pública”.
Espelho Mágico, 1977
A estrela internacional de filmes eróticos Sylvia Kristel (da série de filmes Emmanuelle), de passagem pelo Brasil, gravou uma participação especial na novela. Acabou cortada uma referência à proibição do filme no país. O argumento era de que o longa-metragem tinha sequer chegado oficialmente à censura para ser examinado.
Ainda o veto da participação de uma travesti na novela. Pela primeira vez na história das novelas, uma travesti ganhou um papel: Cláudia Celeste vivia uma corista de teatro de revista. Porém, ela entrou para o elenco sem que o diretor Daniel Filho soubesse de que se tratava de uma travesti. O Regime Militar proibia travestis em novelas. Descoberta, Cláudia Celeste teve que sair de cena.
Cavalo Amarelo, 1980
Novela visadíssima pela censura por causa da presença no elenco de Dercy Gonçalves, como a protagonista Dulcinéa. No capítulo 26, os censores retiraram as expressões “xiriba” (umbigo) e “Lelé da cuca tá a sua progenitora!“. Argumentaram que “os tais termos ficam engraçados pela maneira que estão colocados e pela personagem da atriz“. No capítulo 32, uma censora foi mais direta ao vetar a expressão “Porque não sai nem com bicarbonato“.
Ela justificou: “Em se tratando por personagem interpretada por Dercy Gonçalves, tal frase tem sentido conotativo direto com ejaculação” (!). Todavia, o sucesso de Dercy em “Cavalo Amarelo” foi tanto que sua personagem continuou na novela seguinte, Dulcinéa Vai à Guerra. E a censura continuou implicando com a atriz.
Baila Comigo, 1981
Várias foram as intervenções do autor Manoel Carlos para adequar o texto ao gosto do pessoal de Brasília. Um dos bons temas inicialmente abordados na trama sumiu sem mais nem menos: os problemas ligados ao sexo na maturidade, discutidos pelo casal Helena e Plínio (Lílian Lemmertz e Fernando Torres).
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Em entrevista, o autor queixou-se: “O maior problema com a novela é a censura, que cortou todo o relacionamento dos personagens interpretados por Raul Cortez e Fernanda Montenegro, absolutamente necessários ao seguimento da história. Também impediu o tiro levado pelo personagem do Carlos Zara. Deixa que um marido seja enganado durante 60 capítulos mas corta sua vingança obrigando um salto no enredo que se tomou quase incompreensível para o público”.
A cena em que Mauro (Otávio Augusto) atira em Caio (Carlos Zara) e atinge sua mão foi gravada, mas não foi exibida. No ar (no capítulo 70), a sequência ficou truncada e quase incompreensível.
Brilhante, 1981-1982
A censura não autorizava o uso da palavra “homossexual” nos diálogos da novela. Segundo o autor Gilberto Braga, isso dificultava muito o andamento da trama, porque um dos eixos centrais envolvia o personagem Inácio (Denis Carvalho), um homossexual. Gilberto contou que Fernanda Montenegro – na novela, mãe de Inácio – queria que ele autorizasse o emprego da palavra, mas ele sabia que a censura iria cortar a cena. Porém, a pressão da atriz funcionou. Luiza (Vera Fisher), em um diálogo com Chica Newman (Fernanda Montenegro), mencionou “os problemas sexuais de seu filho”, e a frase não foi censurada.
O Homem Proibido, 1982
O horário das 18 horas ousava adaptar Nelson Rodrigues. A Censura Federal ficou atenta e, depois de muito revisada pelos padrões dos “bons costumes”, a estreia aconteceu com um dia de atraso. O primeiro capítulo não foi ao ar na segunda-feira (01/03/1982), como estava previsto, mas na terça. Para que os primeiros capítulos fossem ao ar, a Globo teve que aceitar a imposição de dez cortes.
Uma das alegações era a de que os diálogos entre as primas Sônia e Joice (Elizabeth Savala e Lídia Brondi) indicavam que elas eram homossexuais. Na verdade, o que chamou a atenção do Governo Militar foi a trinca Nelson Rodrigues, escritor conhecido como Anjo Pornográfico, e David Cardoso e Alba Valéria, atores do circuito da pornochanchada do cinema nacional.
Guerra dos Sexos, 1983
A censura impôs mudanças em personagens, diálogos e cenas consideradas imorais. Logo no início, implicaram com o romance entre Juliana e Fábio (Maitê Proença e Herson Capri), que era casado com Manuela (Ada Chaseliov). Adultério era terminantemente proibido às sete da noite. A solução do autor foi sumir por um tempo com Manuela.
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Outra personagem vigiada foi Vânia (Maria Zilda), pelo fato de ela ser emancipada demais. A censura não via com bons olhos uma mulher que quisesse transar sem casar. Outra ocorrência curiosa aconteceu no capítulo 64, quando Frô (Cristina Pereira) vai parar em um cabaré, o Peru Vermelho. Todas as falas em que era referido o nome do cabaré foram cortadas. Porém, em uma cena com Frô, aparece escrito em um cartaz, atrás dela: Cabaré Peru Vermelho.
Vereda Tropical, 1984-1985
A censura implicou com a novela e, três dias antes da estreia, uma sexta-feira à noite, Vereda Tropical foi proibida de ir ao ar sob a alegação de que não era apropriada para o horário das 19 horas. Os censores haviam indicado 32 cortes no primeiro capítulo. Na segunda-feira pela manhã, os roteiristas Silvio de Abreu e Carlos Lombardi, acompanhados por dois representantes da TV Globo, desembarcaram em Brasília para conversar com os censores. Após muita negociação, a novela foi liberada.
Para ler: “Beijo Amordaçado – A Censura às Telenovelas Durante a Ditadura Militar”, de Cláudio Ferreira (Ler Editora).