Ao longo das décadas, diversas tradições surgiram na televisão brasileira, implantas por canais como Tupi, Excelsior e Globo.

No entanto, muitas dessas tradições ficaram no passado, a partir da atualização de formatos e mudanças nos hábitos de exibição, além do aumento da concorrência.

Confira 10 tradições que eram vistas na tela da Globo, mas sumiram da telinha:

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Top de cinco segundos

O top de cinco segundos – até boa parte dos anos 1980, era de oito – era lei antes da maioria dos programas da emissora, principalmente nos telejornais e transmissões esportivas. Hoje em dia é pouco usado, sobrevivendo em algumas transmissões de futebol e da Fórmula 1, puramente por questão comercial.

Hora certa

Outra prática comum nos anos 1980 era a exibição da hora certa, principalmente antes dos telejornais, como o Jornal Nacional. Era outra forma de vender patrocínio que não cabe mais hoje em dia.

Saindo do ar na madrugada

Durante muitos anos, todo dia tinha o encerramento da programação. Sim, a Globo saia do ar durante a madrugada. Na vinheta, o narrador falava o seguinte: “Faremos agora uma pequena pausa em nossa programação. Apenas o tempo necessário para você despertar para um novo dia, uma nova vida. Logo, estaremos juntos novamente”. Aí eram mostrados slides da grade do dia seguinte. Apenas nas noites de sexta e sábado a emissora ficava 24 horas no ar. Esse encerramento ainda é visto em algumas ocasiões, quando afiliadas da Globo fazem a manutenção de seus transmissores.

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Cenas do próximo capítulo

Nas novelas, eram exibidas as famosas cenas do próximo capítulo. Tratava-se de um pequeno resumo do que seria exibido no dia seguinte, quase sempre sem mostrar alguma cena importante, que revelasse algo. Ao fundo, uma música da trilha sonora da produção. A prática foi abandonada no início dos anos 1990.

Cenas da próxima novela

E quando a novela terminava? Aí eram exibidas cenas da próxima novela… O público que assistiu Brega & Chique no canal Viva pôde ver isso em prática no final do último capítulo, quando foram mostrados trechos de Sassaricando.

Contagem de capítulos

Ainda nas novelas, os capítulos tinham contagem. No início do primeiro bloco, era mostrado apenas o logotipo da trama com o número do capítulo. A prática retornou em A Regra do Jogo, mas foi um caso excepcional.

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Mera coincidência

Quando exibia os créditos das novelas, a Globo colocava a seguinte advertência: “Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com lugares, fatos e pessoas conhecidas terá sido mera coincidência”. A prática surgiu durante a novela O Cafona, de 1971, após protestos de figurões da alta sociedade do Rio de Janeiro, que se sentiram retratados em alguns personagens – prática que o autor Bráulio Pedroso confirmou tempos depois.

Intervalo dos jogos

Até meados dos anos 1990, o show do intervalo do futebol era diferente, com um apresentador, como Fernando Vannucci ou Léo Batista. Dificilmente o próprio narrador aparecia no vídeo, como acontece há muitos anos. Eram mostrados os melhores momentos e, às vezes, algum lance com o aparato tecnológico da época, como o tira-teima.

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Tempo e placar de vez em quando

Ainda no futebol, o tempo e o placar não ficavam fixos na tela. As informações eram atualizadas a cada cinco minutos. A prática começou somente em 1999. Quem é mais velho se lembra: sempre chegava alguém na sala e perguntava quanto estava o jogo ou quanto tempo faltava.

Vinhetas para avisar afiliadas

Nos anos 1980, a emissora exibia diversas vinhetas ao longo da programação, bem curtas, entre os comerciais. Elas podiam tratar das estações do ano, das férias, ou de outros temas. Os vídeos também tinham relação com a publicidade, servindo para avisar as afiliadas sobre os trechos para anúncios locais.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor