Novelas de sucesso geralmente voltam na tela do mesmo canal alguns anos depois, até mais de uma vez. Foram os casos de tramas como A Viagem, Roque Santeiro, Vale Tudo, O Rei do Gado e Chocolate com Pimenta, entre outras. Mas outras obtêm êxito junto ao público, só que nunca foram agraciadas com uma repetição. Vai entender…

Listamos abaixo 10 novelas que fizeram sucesso na Globo, mas inexplicavelmente nunca foram reprisadas pela emissora. Algumas delas até tiveram ou terão exibição no canal Viva, além de terem sido disponibilizadas no Globoplay, mas levamos em conta apenas a reprise do canal original para o levantamento.

Confira:

América

América - Camila Morgado e Deborah Secco

Exibida entre 14 de março e 5 de novembro de 2005, em 203 capítulos, América começou mal e era diariamente massacrada pelo público e crítica. Mas Glória Perez conseguiu se recuperar e colocar a trama no eixo, garantindo audiência na reta final.

Além disso, o romance em Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro) ficou entre os temas mais falados do Brasil naquela época, o que provavelmente se repetiria na atualidade. Mesmo assim, América não tem previsão de retorno.

Uga Uga

Uga-Uga - Cláudio Heinrich

Exibida entre 8 de maio de 2000 e 20 de janeiro de 2001, em 221 capítulos, Uga Uga foi mais uma novela de sucesso de Carlos Lombardi na Globo.

“Ação, corre-corre, humor e diálogos característicos do autor Carlos Lombardi garantiram o bom Ibope e revitalizaram o horário das sete da Globo, combalido com as últimas produções”, explicou o pesquisador Nilson Xavier no site Teledramaturgia.

Mesmo assim, o público nunca mais conferiu as aventuras de Tatuapu (Cláudio Heinrich). A trama não pintou novamente nem na Globo e nem no Viva, mas foi incluída no catálogo do Globoplay.

Pai Herói

Exibida entre 29 de janeiro e 18 de agosto de 1979, foi o último grande sucesso de Janete Clair. O público torceu por André Cajarana (Tony Ramos) e viu um dos melhores papeis de Glória Menezes, Ana Preta. Além disso, Paulo Autran brilhou como o vilão Bruno Baldaracci, que acabou caindo no gosto dos telespectadores.

Pai Herói foi exibida pela Globo de forma compacta, em apenas uma hora e meia, em 1980, no Festival 15 Anos, por isso entra nessa lista.

Pelo menos foi exibida no canal Viva, entre 2016 e 2017, e disponibilizada no Globoplay, já que não existe qualquer chance de passar na emissora original.

Baila Comigo

Exibida entre 16 de março e 26 de setembro de 1981, em 163 capítulos, foi a primeira novela solo de Manoel Carlos no horário nobre da Globo. A trama fez sucesso e levantou o Ibope da emissora, que vinha do dramalhão Coração Alado.

O público aguardou com ansiedade o encontro dos gêmeos Quinzinho e João Victor, vividos por Tony Ramos. Inexplicavelmente, a produção nunca foi reprisada pela Globo, mas, pelo menos, voltou no canal Viva, entre 2018 e 2019. Em agosto, ela será disponibilizada no Globoplay.

Louco Amor

Novela das oito exibida entre abril e outubro de 1983, começou a ser gravada às pressas por conta do encurtamento de Sol de Verão após a morte do ator Jardel Filho. Apesar de ter feito sucesso entre o público, é considerada pelo autor sua pior novela.

No elenco, Fábio Júnior, Glória Pires, Tereza Rachel, Tônia Carrero, Reginaldo Faria e Bruna Lombardi, entre outros. Quem sabe pinte no canal Viva um dia…

Corpo a Corpo

Exibida entre 26 de novembro de 1984 e 21 de junho de 1985, Corpo a Corpo foi a primeira parceria entre Gilberto Braga e Dennis Carvalho.

“Mais um brilhante momento para Gilberto Braga, mágico em segurar o telespectador com suas fantasias. Gilberto sabe como tecer com maestria os mistérios de uma boa novela sem nunca deixar cair o interesse por essa ou outra trama. Tudo muito sedutor, deliciosamente novelístico”, detalhou Ismael Fernandes no livro “Memória da Telenovela Brasileira”.

Apesar de não ser lembrada entre as principais produções da história, Corpo a Corpo teve boa audiência. Mesmo assim, nunca foi lembrada pela Globo para ser reprisada. Quem sabe no canal Viva, não é?

Sonho Meu

Exibida entre 27 de setembro de 1993 e 14 de maio de 1994, Sonho Meu fez sucesso na faixa das seis mostrando a história da órfã Maria Carolina (Carolina Pavanelli).

“Mesmo com uma trama um tanto confusa no início, a novela, aos poucos, foi cativando o telespectador e registrou relevante sucesso com altos índices de audiência em sua segunda metade”, escreveu Nilson Xavier.

No entanto, a trama nunca foi reprisada pela Globo, mas foi mostrada recentemente pelo Viva.

Kubanacan

Exibida entre 5 de maio de 2003 e 24 de janeiro de 2004, trata-se de outra novela de Carlos Lombardi que tem muitos fãs, mas nunca foi reprisada.

Hoje considerada “cult”, a trama mostrou-se ser original, com texto ágil e sarcástico, e provavelmente faria sucesso nas atuais redes sociais. Até existiu uma recente campanha na internet para trazê-la de volta, mas a Globo ainda não se comoveu. Pelo menos, a trama foi disponibilizada no Globoplay.

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Páginas da Vida

Exibida entre 10 de julho de 2006 e 3 de março de 2007, Páginas da Vida foi a última novela de sucesso de Manoel Carlos, que derrapou nas duas tramas seguintes. Mesmo sem repetir os estrondos de Laços de Família e Mulheres Apaixonadas, o público acompanhou as histórias de Helena (Regina Duarte), Nanda (Fernanda Vasconcellos) e Marta (Lília Cabral), o grande destaque da produção.

Foi a última participação de Ana Paula Arósio em novelas das oito da Globo – ela estaria em Insensato Coração, mas deixou o canal. Cogitada algumas vezes para voltar no Vale a Pena Ver de Novo, a obra foi reprisada pela primeira vez no Viva.

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Paraíso Tropical

Exibida entre 5 de março e 29 de setembro de 2007, Paraíso Tropical foi outra novela da Globo a ter audiência baixa no início, mas conquistar o público com o passar do tempo.

“Uma trama bem escrita, dirigida e produzida, sem atropelos ou barriga”, definiu Nilson Xavier no site Teledramaturgia.

A personagem Bebel, vivida por Camila Pitanga, caiu no gosto dos brasileiros e é lembrada até hoje. A trama também já foi cogitada algumas vezes para reprise, mas acabou não voltando na Globo. No entanto, pode ser acompanhada no Globoplay, depois de ter voltado no Viva.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor