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Em sua trajetória, o SBT apresenta um modelo de produção de dramaturgia opcional ao público, indiferente à qualidade das produções da concorrência.
Apenas na gestão Nilton Travesso, na década de 1990, que a emissora equiparou-se à Globo, inclusive colhendo ótimos frutos (Éramos Seis e As Pupilas do Senhor Reitor por exemplo).
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Entre as várias tentativas de cativar público, houve aquelas novelas que Silvio Santos, se hoje lembra, preferiria esquecer.
Confira:
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Conflito (1982)
Foi a quarta novela produzida pelo SBT, adaptada do texto da mexicana Marisa Garrido. Como as anteriores, a produção era barata, a ação era centralizada em poucos personagens, praticamente sem tramas paralelas, tal qual as primeiras novelas produzidas no Brasil, entre as décadas de 1950 e 1960.
Um verdadeiro retrocesso na teledramaturgia brasileira. Ana Rosa era a protagonista.
Acorrentada (1983)
Depressiva, o título já era um prenúncio do que estava por vir. Olha o dramalhão:
Laura (Denise Del Vecchio) viveu os últimos dez anos em um sanatório. Ao recomeçar sua vida, se casa com um homem que se interessa apenas por sua fortuna. Desiludida, volta a ser internada, quando se apaixona por um médico e conhece o amor.
A Ponte do Amor (1983)
Obscura novela do SBT baseada em texto mexicano. A primeira e única experiência do dramaturgo Aziz Bajur no “padrão SBT de novelas”. Isso levou o autor a desabafar: “Uma grande bobagem!”.
Selma Egrei vivia duas personagens e pairava no ar a dúvida se eram a mesma pessoa ou pessoas diferentes.
Pecado de Amor (1983)
De novo a estrela é Denise Del Vecchio. Dramalhão mexicano de gosto duvidoso, a novela teve audiência muito baixa. Ainda mais porque era impossível concorrer com o sucesso de Guerra dos Sexos, na Globo, exibida no mesmo horário.
Brasileiras e Brasileiros (1990)
O SBT contratava Walter Avancini para dirigir a dramaturgia da emissora. O diretor trouxe astros como Rubens de Falco, Lucélia Santos, Ney Latorraca, Fulvio Stefanini, Edson Celulari, Carla Camuratti e outros. De nada adiantou.
A proposta da trama centrada em personagens pobres não rendeu audiência. Foi um desastre que fez com que sua exibição mudasse de horário várias vezes, na tentativa de atrair público.
Desastre maior para o SBT, que viu seus anunciantes fugirem.
Antônio Alves, Taxista (1996)
A novela já causou polêmica antes de estrear: Sônia Braga (escalada para viver uma das protagonistas) desentendeu-se com a produção, acusando-a de falta de profissionalismo e de problemas no texto. Largou o barco antes de afundar.
A baixa qualidade do texto e da produção (inclusive erros de continuidade) ajudaram, inclusive, a piorar a audiência.
A novela foi vencedora, em 1997, do Santa Clara de Ouro, prêmio máximo do Troféu Santa Clara, concedido, na época, aos piores programas da TV brasileira.
A Folha de S.Paulo publicou em dezembro de 1996:
“A novela mais parecia um dramalhão mexicano produzido por Ed Wood ou Zé do Caixão, com cenários escuros e diálogos constrangedores”.
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Jamais Te Esquecerei (2003)
Uma das mais fracas novelas do contrato do SBT com a mexicana Televisa, firmado em 2001, para a gravação no Brasil de textos mexicanos. O texto original era de Caridad Bravo Adams.
Também das menores audiências na época, já que concorria com o sucesso de Betty, a Feia, exibida pela RedeTV! no mesmo horário. Deveria se chama Jamais Me Lembrarei.
Seus Olhos (2004)
Outro fracasso na audiência. Novela problemática que passou pelas mãos de vários roteiristas.
Só para ter uma ideia: começou a cargo de Ecila Pedroso e Noemi Marinho, que acabaram substituídas por Marcos Lazarini, Conchi e Aimar Labaki; Lazarini abandonou a novela e, em seu lugar, entraram Mário Viana e Fábio Torres.
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Maria Esperança (2007)
Uma das piores da década de 2000, era baseada na mexicana Maria Mercedes, da Televisa, já apresentada no Brasil, com sucesso, pelo SBT, em 1996.
Caso Maria Esperança fizesse sucesso, o SBT pretendia produzir as outras duas novelas da chamada Trilogía de las Marias: Marimar e Maria do Bairro, sempre com Bárbara Paz como protagonista. A gente sabe a razão das continuações não terem se concretizado.
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Corações Feridos (2012)
Com todos os clichês possíveis do folhetim, a novela manteve o ranço melodramático da obra original na qual foi inspirada (a mexicana La Mentira, de Caridad Bravo Adams) – apesar de elementos nacionais incorporados à trama, como a trilha sonora e ambientações.
Com o péssimo desempenho da audiência, o SBT passou em investir em um novo filão, a novela infantil, que desde então tem surtido efeito positivo.