Senhora do Destino, Pai Herói e mais: 10 novelas que tiveram relação com o Carnaval

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Em uma iniciativa inédita, a TV Globo, exibe os melhores momentos de 28 desfiles inesquecíveis de carnavais do passado, do Rio de Janeiro e São Paulo – 14 no sábado, dia 13, e 14 no domingo, dia 14 -, com apresentação do carnavalesco Milton Cunha e do ator Aílton Graça.

Entre eles, os memoráveis desfiles cariocas de 1989 da Beija-Flor – “Ratos e Urubus, Larguem a Minha Fantasia” – e da Imperatriz Leopoldinense – “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós“. Ambos têm relação com o universo da Teledramaturgia, que descrevo na lista abaixo, de 10 novelas que abordaram o carnaval de alguma forma.

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Confira a lista:

1 – Bandeira Dois (1972)

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O cenário era o subúrbio carioca de Ramos, onde morava o bicheiro Tucão (Paulo Gracindo), presidente de honra da escola de samba local e apaixonado pela porta-bandeira Noeli (Marília Pêra). Ficção e realidade se misturaram na trama: a escola era a Imperatriz Leopoldinense e o samba-enredo para o carnaval de 1972 – “Martim Cererê” – apareceu na novela, composto por Zé Catimba (personagem real interpretado por Grande Otelo) e Gibi (sambista da Imperatriz).

2 – Duas Vidas (1976-1977)

A trama começou às vésperas do carnaval de 1974, quando se iniciaram as obras (reais) do metrô carioca, um dos focos da história. Foi em um baile de carnaval que o casal Leda Maria (Betty Faria) e Tomaz (Cecil Thiré) teve uma discussão, que culminou com a morte dele, atropelado ao deixar a festa. É quando Leda inicia sua saga para se virar sozinha com um filho pequeno.

3 – Pai Herói (1979)

A história terminou durante o carnaval, quando dois de seus protagonistas tiveram destinos diferentes. Ana Preta (Glória Menezes), desfilando pela Beija-Flor de Nilópolis, conheceu um novo amor. Enquanto isso, durante um baile de carnaval, o malfeitor Baldaracci (Paulo Autran) descobriu que a polícia estava em seu encalço e fugiu em um helicóptero. Nem deu tempo de tirar a fantasia de pierrô.

4 – Partido Alto (1984)

Jussara (Betty Faria) era porta-bandeira da fictícia escola Acadêmicos do Encantado e amante do chefão da comunidade, o bicheiro Célio Cruz (Raul Cortez), mas apaixonada por Piscina (José Mayer), compositor de sambas-enredo. No último capítulo, a escola desfilou tendo Jussara como destaque, ao som do samba “E Agora José?”, de Piscina, composta em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade.

Porém, o compositor foi assassinado por capangas de Célio Cruz em pleno desfile e Jussara assistiu a tudo do alto do carro alegórico, sem nada poder fazer. A música da abertura de Partido Alto, “Enredo do Meu Samba“, de Dona Ivone Lara e Jorge Aragão, gravada por Sandra de Sá, fazia analogia de uma relação amorosa com um desfile de escola de samba.

5 – Que Rei Sou Eu? (1989)

Em 1989, a escola de samba Beija-Flor – do carnavalesco Joãosinho Trinta – participou do carnaval carioca com o enredo “Ratos e Urubus Larguem Minha Fantasia”. O desfile impressionou a todos, mas, apesar de ser uma das favoritas, a escola não foi vencedora. Na trama de Que Rei Sou Eu?, aconteceu um baile de carnaval no castelo de Avilan onde os nobres dançaram o refrão do samba da Beija-Flor em ritmo de minueto, fantasiados de mendigos, em uma clara homenagem a Joãosinho Trinta.

6 – Felicidade (1992)

O novelista Manoel Carlos sempre usou Carnaval em suas novelas (como em Por Amor e Laços de Família). Em Páginas da Vida, a empregada vivida por Quitéria Chagas, grávida, entrou em trabalho de parto quando desfilava pela Império Serrano. Em Felicidade, o autor adaptou o conto “A Morte da Porta-Estandarte”, de Aníbal Machado: a porta-bandeira Tuquinha (Maria Ceiça) foi assassinada a facadas pelo ex-namorado (Maurício Gonçalves) durante um ensaio na quadra da Estácio. Em 2001, a mesma história foi apresentada no episódio “História de Carnaval” da série Brava Gente, com Juliana Paes e Norton Nascimento.

7 – Quem é Você (1996)

A trama remetia a um baile de máscaras durante um carnaval de Veneza nos anos 1970. Na festa, Afonso (Alexandre Borges) foi seduzido por uma mulher mascarada, sem saber que ela era sua cunhada, Beatriz (Cássia Kiss), irmã de sua mulher, Maria Luísa (Elizabeh Savala). A abertura da novela apresentava máscaras de Veneza ao som da bela canção “Noite dos Mascarados”, de Chico Buarque, interpretada por Emílio Santiago.

8 – Senhora do Destino (2005)

Aguinaldo Silva também recheia suas novelas com Carnaval. Em Senhora do Destino, a trajetória da protagonista Maria do Carmo (Susana Vieira) virou enredo da fictícia escola Unidos de Vila São Miguel, comandada pelo bicheiro Giovanni Improta (José Wilker). As cenas foram gravadas durante o desfile da Grande Rio, em 2005. Na novela seguinte do autor, Duas Caras (2007-2008), a escola de samba era a Nascidos da Portelinha, da comunidade de Juvenal Antena (Antônio Fagundes). O desfile foi gravado durante a apresentação da Portela, em 2008.

9 – Lado a Lado (2012-2013)

A única novela que teve um samba-enredo na abertura. Foi escolhida a música que deu a vitória à Imperatriz Leopoldinense no carnaval carioca de 1989, cujo tema do desfile era o Centenário da Proclamação da República, celebrado naquele ano. Na apuração final, a Imperatriz havia empatado com a Beija-Flor e foi o samba-enredo da Imperatriz, que só havia recebido nota 10, o quesito de desempate, sagrando a escola a vencedora. “Liberdade!, Liberdade! Abre as asas sobre nós! E que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz“.

10 – Bom Sucesso (2019)

A protagonista Paloma (Grazi Massafera) era apaixonada por Carnaval e tinha a fictícia Unidos do Bom Sucesso como a sua escola do coração. Para as gravações, a equipe da novela aproveitou os desfiles de 2019 na Marquês de Sapucaí. Algumas sequências entraram logo no primeiro capítulo e outras serviram ao antepenúltimo, em que Paloma desfila com Alberto (Antônio Fagundes) no Sambódromo. As gravações aconteceram durante a brecha entre a passagem das escolas São Clemente e Unidos da Vila Isabel. A novela estreou quase cinco meses depois e a sequência do carnaval no final da trama foi ar quase um ano depois.

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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