10 novelas que a Globo se arrepende amargamente de ter feito

Cauã Reymond e Barbara Reis em Terra e Paixão

Cauã Reymond e Barbara Reis em Terra e Paixão (Divulgação / Globo)

Atualmente enfrentando alguns percalços em suas novelas inéditas, como Terra e Paixão (foto abaixo), Elas por Elas e Fuzuê, a Globo tem uma história recheada de sucesso – mas também contou com alguns fracassos. A lista não é pequena, mas separamos 10 novelas que a emissora provavelmente não exibiria se pudesse voltar no tempo.

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Cauã Reymond e Barbara Reis em Terra e Paixão (Divulgação / Globo)

Entre essas tramas, podemos citar novelas mais antigas, do final dos anos 1970 e início dos anos 1980, até tramas mais recentes, feitas há pouco tempo. Uma delas é Tempos Modernos, fiasco da faixa das sete estrelada por Antônio Fagundes (na foto acima, em Bom Sucesso).

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Confira a lista:

O Dono do Mundo (1991)

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Depois do estrondoso sucesso de Vale Tudo em 1988, o público aguardou o retorno de Gilberto Braga ao horário nobre. Isso veio em 1991, com O Dono do Mundo, onde Antônio Fagundes vivia o mau-caráter Felipe Barreto, que seduzia Márcia (Malu Mader) em plena lua-de-mel da garota, casada com um funcionário dele.

O público não aceitou o “romance” e o desastre estava feito. Além disso, o SBT exibia um fenômeno, a mexicana Carrossel, que chamou a atenção de crianças e adultos naquele ano. Braga tentou consertar a história, melhorou os índices, mas O Dono do Mundo ficou marcada para sempre pelos acontecimentos iniciais.

O autor tinha sentimentos ambíguos em relação a O Dono do Mundo, que deu muitas dores de cabeça para a Globo em 1991.

“A primeira semana da novela foi a melhor coisa que já fiz na vida. Acho a história muito forte, embora totalmente errada como novela de televisão, porque era cruel, muito penosa para o telespectador. Era uma história séria sobre luta de classes, pobre levando porrada e não tendo como se defender. A audiência começou a cair e eu tive que mudar isso. Ficou uma bela porcaria”, explicou ao livro do Memória Globo.

Em outra obra, A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo, de André Bernardo e Cíntia Lopes, ele contou o que mudaria se tivesse que refazer a história.

“Hoje eu saberia reescrever o início sem causar rejeição. Mas depois de ter errado, fica mais fácil, não é? Bastava não ser tão pessimista, cruel e sombrio. Quer dizer, podia ser, mas tinha de ter mostrado uma possibilidade de luz no fim do túnel”, resumiu.

Os Gigantes (1979)

Trama das 20h escrita por Lauro César Muniz, Os Gigantes sucedeu um sucesso, Pai Herói, e contava com estrelas no elenco, como Dina Sfat, Francisco Cuoco e Tarcísio Meira.

O resumo do que a trama mostrou deixa bem claro porque não deu certo: começou com hospital, doença, teve aborto, brigas familiares, processos judiciais e, para fechar com “chave de ouro”, terminou com o suicídio da protagonista.

Mais depressiva, impossível. Após a novela, o autor foi, inclusive, demitido, rumando para a Bandeirantes.

O Amor é Nosso (1981)

Numa época que a Globo dominava praticamente toda a audiência nacional, O Amor é Nosso conseguiu ser considerada a mais problemática trama já exibida pela emissora.

A novela contava, basicamente, a história do jovem cantor Pedro (Fábio Jr.), em busca do sucesso e do reconhecimento da crítica. O público simplesmente não entendeu a história, que misturava romances com elementos policiais e confusões típicas dos jovens. O Amor é Nosso ainda tinha excesso de personagens – muita gente não tinha sequer função na trama.

Exatamente no meio da novela, em uma situação emergencial, Walter Negrão assumiu o lugar dos autores originais.

Cogitou-se, na época, que seria usada a mesma técnica de Janete Clair em Anastácia, a Mulher Sem Destino (1967): uma tragédia levaria boa parte do elenco, que seria renovado a partir de uma nova história. Mas o “ônibus da morte”, como ficou conhecido na imprensa, não foi necessário.

Esperança (2002)

Esperança deu muita dor de cabeça para a Globo entre 2002 e 2003. A novela de Benedito Ruy Barbosa, que quase se chamou Terra Nostra 2, estreou em meio à Copa do Mundo daquele ano, teve diversos incidentes, como acidentes envolvendo os protagonistas Reynaldo Gianecchini e Ana Paula Arósio e a morte do ator português Luís de Lima.

O cantor Paulo Ricardo foi chamado para atuar, mas nem isso salvou a trama, rejeitada pelo público. Como os capítulos estavam atrasados, Barbosa, que estava com problemas de saúde, foi substituído por Walcyr Carrasco, que conseguiu melhorar um pouco os índices do Ibope.

Bang Bang (2005)

A Globo quis exibir um faroeste no horário das sete em 2005 e se deu mal, principalmente porque a Record estreou uma novela “tradicional”, Prova de Amor, que fez muito sucesso na época, chegando a incomodar o Jornal Nacional.

Bang Bang teve seu autor, Mário Prata, afastado no primeiro mês de exibição, mas a chegada de Carlos Lombardi não melhorou os índices.

O elenco não tinha química e a audiência, que vinha alta de Alma Gêmea, trama das seis, despencava bastante na mesma hora.

Negócio da China (2008)

Estrelada por nomes como Fábio Assunção, que foi afastado da trama apenas um mês após a estreia, Bruna Marquezine, Ricardo Pereira e Grazi Massafera, Negócio da China foi um completo desastre.

A novela das seis, escrita por Miguel Falabella, perdia muito público a cada dia. Seu último capítulo teve apenas 23 pontos. A média geral foi de 20 pontos, o pior desempenho da emissora até então.

Tempos Modernos (2010)

Outra grande dor de cabeça para a Globo veio em 2010, com Tempos Modernos, novela de Bosco Brasil.

A trama, com Antônio Fagundes e Grazi Massafera, que vivia uma robô que foi transformada em humana, para tentar melhorar os índices, foi um completo desastre de público e crítica.

Além disso, foi mais uma trama que perdia constantemente para a novela das seis, na época Cama de Gato.

Geração Brasil (2014)

Depois do sucesso de Cheias de Charme, o público aguardou ansiosamente a volta da dupla Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, que estrearam Geração Brasil em 2014.

Mas a trama não engrenou, sobrando críticas para todos, inclusive o protagonista Murilo Benício e a vilã Renata Sorrah. Para completar, a Copa daquele ano, realizada por aqui, tinha jogos bem no seu horário e a Globo aproveitou a deixa para suspender a trama, exibindo pequenos vídeos para manter o público.

Uma retomada na história, em busca da audiência, era esperada para depois do torneio, mas nunca veio.

Babilônia (2015)

Novela de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, Babilônia era uma grande aposta da Globo, por ser exibida no aniversário de 50 anos da emissora. O elenco tinha estrelas e foi feito um grande investimento na produção.

Mas não faltaram problemas, como rejeição do público e controvérsias envolvendo políticos evangélicos, que se revoltaram com um beijo protagonizado por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg no primeiro capítulo.

A trama teve o pior desempenho de uma novela das nove até os dias de hoje. Quando se esperava 35 pontos, a luta, em alguns dias, era para chegar aos 20, conseguindo ser menos vista que as novelas das seis e das sete da época.

Em Família (2014)

Em sua última novela, Em Família, Manoel Carlos escolheu Júlia Lemmertz para encerrar o ciclo iniciado por sua saudosa mãe. O autor tinha tudo para finalizar essa saga de forma grandiosa, mas lamentavelmente se equivocou.

Seu drama era uma repetição de um tema já explorado pelo autor: mãe e filha que se envolvem com um mesmo homem, no caso Laerte (Gabriel Braga Nunes).

A novela, que também tinha nomes como Vivianne Pasmanter no elenco, não empolgou o público e terminou sem deixar saudade.

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Bônus

Para ninguém dizer que esquecemos, quisemos separar apenas 10 tramas, mas podemos citar também:

Anastácia, a Mulher sem Destino (1967), Espelho Mágico (1976), De Quina Pra Lua (1985), Mico Preto (1990), Gente Fina (1990), O Mapa da Mina (1993), As Filhas da Mãe (2002), Eterna Magia (2007), Três Irmãs (2008), Além do Horizonte (2013), A Lei do Amor (2016) e O Sétimo Guardião (2018).

Será que tramas recentes, como Um Lugar ao Sol (foto acima), Cara e Coragem e Travessia já teriam lugar nessa lista?

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