A Globo produziu diversas novelas de sucesso nos anos 90, mas também teve tramas que deram muitas dores de cabeça, como O Dono do Mundo.
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Confira na lista:
Gente Fina
Seguramente pouca gente se lembra dessa novela de Luís Carlos Fusco, exibida entre março e agosto de 1990.
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Como a trama não empolgava o público e nem sequer saía do lugar, a Globo convocou um autor mais experiente, Walter George Durst, para tentar salvar a produção. Foi criado um gancho de assassinato, mas pouco adiantou.
Os 137 capítulos de Gente Fina simplesmente passaram despercebidos pelo público.
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Mico Preto
Novela de Marcílio Moraes, Leonor Bassères e Euclydes Marinho, Mico Preto foi exibida entre maio e dezembro de 1990.
A trama das sete recebeu a ingrata missão de substituir um grande sucesso, Top Model, e falhou miseravelmente.
No elenco, nomes como Glória Pires, que vinha da consagração de Vale Tudo, Luis Gustavo, Miguel Falabella e José Vilker.
Em entrevistas, os autores declararam que cada um escrevia o que dava na telha, deixando a novela sem unidade.
Falabella declarou que a bagunça era tanta que eles criavam cenas que não estavam nos roteiros.
A mocinha da trama, vivida por Louise Cardoso, era tão boa que se tornou insuportável, como a própria atriz declarou.
O Dono do Mundo
O público aguardava com ansiedade a próxima novela de Gilberto Braga após o sucesso de Vale Tudo.
Mas deu tudo errado em O Dono do Mundo, exibida entre maio de 1991 e janeiro de 1992.
Logo de cara, a protagonista Márcia, vivida por Malú Máder, foi rejeitada pelo público ao se entregar ao patrão de seu noivo, Felipe Barreto, interpretado por Antônio Fagundes, em plena noite de núpcias.
Para se ter uma ideia, a novela estreou com quarenta e oito pontos, mas, em alguns dias, já havia despencado para trinta e cinco, o que era inadmissível para a Globo na época.
Quem se deu bem foi o SBT, que exibia a novela infantil Carrossel. A trama mexicana virou febre e beliscava importantes pontos da Globo.
Após alterações drásticas na trama, a audiência subiu, mas a novela não entrou na galeria de sucessos da Globo. Posteriormente, o autor e os demais envolvidos reconheceram que os erros cometidos no início da obra contribuíram para o fracasso retumbante.
Salomé
Após o sucesso de Barriga de Aluguel, a Globo jogou um balde de água fria no público da faixa das seis ao exibir Salomé entre junho e outubro de 1991.
Assim como Gente Fina, a novela de Sérgio Marques passou despercebida pelo público, com exceção da polêmica sobre a possível exibição de cenas de nudez da protagonista, vivida por Patrícia Pillar, no primeiro capítulo. Quem esperava a dança dos véus, no entanto, se decepcionou.
Nunca reprisada pela Globo, Salomé não obteve os índices esperados para a época e foi simplesmente esquecida pelo público.
Pátria Minha
Após o fiasco de O Dono do Mundo, Gilberto Braga não teve melhor sorte em sua novela seguinte.
Pátria Minha, exibida entre julho de 1994 e março de 1995, continuava a discutir os problemas do Brasil, mas enfrentou diversos problemas nos bastidores.
Priorizando o cunho político ao invés do melodrama que o público quer ver, a novela não caiu nas graças do público e registrou índices inferiores aos das tramas das seis e das sete.
O golpe fatal veio quando Vera Fischer, que vivia uma das principais personagens da história, se desentendeu seriamente com o então marido, Felipe Camargo, que também integrava o elenco, e os dois foram retirados da novela.
Irmãos Coragem
Nem todo remake dá certo. Uma das provas disso é a segunda versão de Irmãos Coragem.
A Globo inventou de refazer o sucesso de Janete Clair para comemorar seus 30 anos. Transformada em novela das seis, a história foi ao ar de janeiro a julho de 1995.
O maior erro foi a mudança de horário, já que a trama era inadequada para a faixa.
Para completar, após problemas nos bastidores, o diretor Luiz Fernando Carvalho foi afastado durante a novela.
Restou à Globo enfiar a viola no saco e guardar a novela no fundo de seu arquivo.
Vira Lata
Após o êxito de Quatro por Quatro, o público aguardava um novo sucesso de Carlos Lombardi.
Mas Vira Lata, exibida entre abril e setembro de 1996, se tornou a pior novela do autor, como ele próprio afirmou.
Lombardi admitiu que aconteceram erros no texto, na escalação do elenco e na direção, comandada por Jorge Fernando.
Muita gente se revoltou com a superexposição de corpos e o troca troca de casais em plena faixa das sete.
Além disso, o autor não guarda boas recordações de Andrea Beltrão, que viveu a protagonista. Ele disse que a estrela “não gostava do que estava fazendo” e foi “chata pra caramba”.
Outra atriz que deu trabalho foi Glória Menezes, que estava insatisfeita e pediu para sair no meio da história.
Para tentar salvar a trama, Lombardi transformou a personagem de Carolina Dieckmann em protagonista, mas o estrago já estava feito.
Zazá
Escrita por Lauro César Muniz e estrelada por Fernanda Montenegro, Zazá foi uma novela sabotada pela própria Globo.
Exibida entre maio de 1997 e janeiro de 1998, a trama teve inacreditáveis 215 capítulos, algo visto apenas em grandes sucessos.
A novela seguia uma trajetória mediana, mas, a partir daí, desandou de vez, com o próprio autor reconhecendo que perdeu a mão. A audiência despencou e só restava tocar o barco da forma como fosse possível.
Pecado Capital
A Globo não aprendeu com o fracasso do remake de Irmãos Coragem e fez outra novela das oito se mudar para a faixa das seis.
A segunda versão de Pecado Capital, exibida entre outubro de 1998 e maio de 1999, também não deu certo.
Apesar da grande expectativa e da atualização da trama, feita por Glória Perez, não existiu química entre Francisco Cuoco e Carolina Ferraz.
A atriz, inclusive, se recusou a beijar o veterano em cena. Para contornar o problema, foi criada uma personagem que não existia no original, Laura, vivida por Vera Fischer, para ficar com o empresário.
Entre essas e outras, a novela não teve a menor chance de repetir o êxito da primeira versão.
Suave Veneno
Entre tantos sucessos, Aguinaldo Silva se deu mal ao escrever Suave Veneno, exibida entre janeiro e setembro de 1999.
O próprio autor já declarou que não guarda boas lembranças da produção, que foi rejeitada pelo público e passou por diversas alterações para engrenar.
Aguinaldo planejava fazer uma virada a cada trinta capítulos, mas virou tudo de ponta cabeça para tentar conquistar os telespectadores. Além disso, Suave Veneno enfrentava a dura concorrência do Programa do Ratinho, que bombava no SBT.
A Globo reeditou os primeiros capítulos, acelerando a narrativa e obrigando o autor a reescrever diversas cenas em tempo recorde. Revoltado, Aguinaldo chegou a ameaçar abandonar a novela se tais alterações continuassem sendo feitas.