Há décadas, o principal horário de exibição das novelas da Globo foi o das oito horas (atualmente, das nove). Nesta faixa, foram mostradas tramas que se tornaram clássicos, como Irmãos Coragem, Selva de Pedra, Roque Santeiro e Vale Tudo, entre outras.
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Mas também existem algumas produções que não foram bem e acabaram sendo esquecidas pela Globo em seu arquivo: nunca foram reprisadas no Vale a Pena Ver de Novo, ainda não pintaram no canal Viva e nem têm previsão de entrada no Globoplay.
Confira:
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Pátria Minha
Alice (Cláudia Abreu), cidadã honesta tal e qual a mãe, Natália (Renata Sorrah), testemunha o atropelamento de um ciclista, causado pela má conduta ao volante do empresário Raul Pellegrini (Tarcísio Meira). Os dois passam a se digladiar (desconhecendo a condição de avô e neta), estando ela a favor dos oprimidos e ele, dos escusos interesses da classe alta.
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Ainda, os dilemas de Pedro (José Mayer), que abandona a confortável estadia no exterior por amor à sua pátria. Aqui, perde a mulher e reencontra uma paixão do passado, Lídia Laport (Vera Fischer) – a arrivista que separa Raul de Tereza (Eva Wilma), casando-se com o empresário. E que se opõe ao relacionamento de seu filho, Rodrigo (Fábio Assunção), com a idealista Alice.
Pátria Minha padeceu em seu terço final devido a problemas nos bastidores que acabaram por afastar Vera Fischer do elenco; por consequência, a narrativa e a audiência saíram prejudicadas.
Espelho Mágico
Apesar de ter sido bastante inovadora (ou, principalmente, por isso), Espelho Mágico está na lista dos maiores desastres da Globo. A trama de Lauro César Muniz tinha um elenco de peso, como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Lima Duarte, Sônia Braga e Vera Fischer, entre outros, mas não engrenou. A iniciativa de contar tudo o que acontecia nos bastidores da própria televisão – a trama tinha até uma novela dentro da história – não foi bem vista pelos telespectadores.
A queda no Ibope chegou a 20 pontos, numa época em que a Globo dominava completamente os índices. A novela que existia dentro da novela, Coquetel de Amor, chamava mais atenção do público do que os problemas que os artistas enfrentaram nos bastidores e eram mostrados na trama.
Os Gigantes
Trama das 20h escrita por Lauro César Muniz, Os Gigantes sucedeu um sucesso, Pai Herói, e contava com estrelas no elenco, como Dina Sfat, Francisco Cuoco e Tarcísio Meira.
O resumo do que a trama mostrou deixa bem claro porque não deu certo: começou com hospital, doença, teve aborto, brigas familiares, processos judiciais e, para fechar com “chave de ouro”, terminou com o suicídio da protagonista. Mais depressiva, impossível. Após a novela, o autor foi, inclusive, demitido, rumando para a Bandeirantes.
Coração Alado
Coração Alado, exibida entre 1980 e 1981, foi mais uma novela de Janete Clair que teve inúmeros problemas com a Censura. A produção era estrelada por Tarcísio Meira, que vivia Juca Pitanga, um artista plástico nordestino que ia para o Rio de Janeiro em busca de reconhecimento profissional. Ele se dividia entre o amor de Catucha (Débora Duarte) e o de Vivian (Vera Fischer).
No meio da novela, foi ao ar uma cena de estupro envolvendo Vivian e Leandro, personagem de Ney Latorraca. Leandro se aproveitou de uma viagem de Mel (Joana Fomm) para atacar Vivian, sua cunhada. Ela engravidou e o público não sabia se o filho era de Leandro ou de Juca.
Coração Alado também foi a primeira novela a abordar a masturbação, em uma cena quase explícita de Catucha. Foi um escândalo. Logo após a exibição, no dia 24 de fevereiro de 1981, sumiram do arquivo da emissora todas as cópias deste script, e a fita do capítulo 171 foi apagada. A novela não foi unanimidade e, apesar de até obter boa audiência, não deixou saudades, tanto que nunca foi reprisada pela emissora.
Brilhante
Novela de Gilberto Braga, Brilhante foi exibida entre setembro de 1981 e março de 1982, contando com Vera Fischer, Tarcísio Meira e Fernanda Montenegro, entre outros astros. No entanto, a trama não conseguiu cativar o telespectador, sendo considerada um “fracasso retumbante” pelo seu próprio autor.
Uma das polêmicas aconteceu nos bastidores: Vera Fischer resolveu cortar os cabelos, mas o tema de abertura, composto por Tom Jobim especialmente para a novela, citava justamente as madeixas da protagonista. O maestro cobrou isso do diretor Daniel Filho por anos e o público também não gostou da mudança.
Champagne
Primeira novela de Cassiano Gabus Mendes na faixa das oito, Champagne foi exibida entre outubro de 1983 e maio de 1984.
Com elenco numeroso e recheado de estrelas, como Antônio Fagundes, Irene Ravache e Tony Ramos, a trama ficou marcada por ter perdido para a Manchete durante as transmissões do Carnaval de 1984, realizadas com exclusividade pela emissora da família Bloch. Além disso, a produção também teve muitos problemas com a Censura.
Corpo a Corpo
Novela preferida do saudoso Gilberto Braga, Corpo a Corpo ficou marcada pelo pacto feito entre a personagem de Débora Duarte e o Satanás (Flávio Galvão) e pela rejeição ao casal inter-racial formado por Sônia e Cláudio, personagens vividos por Zezé Motta e Marcos Paulo.
“Na minha opinião, Corpo a Corpo é minha melhor novela, mas não é tão lembrada. O título, aliás, é muito ruim. Débora Duarte é extraordinária, mas, convenhamos, não é o primeiro nome de uma novela”, explicou, em depoimento ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”, de André Bernardo e Cíntia Lopes.
Apesar de ter feito sucesso, nunca saiu dos arquivos da Globo.
O Outro
Apesar de ter registrado boa audiência, não faltaram problemas nos bastidores da novela de Aginaldo Silva, exibida entre março e outubro de 1987. O autor foi acusado de plágio por uma roteirista, que acabou processando a Globo e fazendo um belo acordo.
Além disso, após alguns conflitos internos, o diretor Marcos Paulo foi substituído por Ricardo Waddington. Mais para o final da novela, o ator José Lewgoy acabou deixando a produção, se queixando da qualidade da trama. Seu personagem acabou morrendo.
Suave Veneno
Aguinaldo Silva prometeu que sua nova novela teria uma virada a cada 30 capítulos, mas isso ficou longe de acontecer. Com ritmo muito ágil, problemas de narrativa e de direção, o público não se interessou pela história inicialmente e a Globo sofreu com grande perda de Ibope.
A produção só entrou no eixo a partir do capítulo 70, quando o autor colocou um basta nas interferências e, segundo ele mesmo, acertou a mão no texto. Mesmo assim, o resultado ficou muito abaixo do esperado.
Esperança
Esperança deu muita dor de cabeça para a Globo entre 2002 e 2003. A novela de Benedito Ruy Barbosa, que quase se chamou Terra Nostra 2, estreou em meio à Copa do Mundo daquele ano, teve diversos incidentes, como acidentes envolvendo os protagonistas Reynaldo Gianecchini e Ana Paula Arósio e a morte do ator português Luís de Lima.
O cantor Paulo Ricardo foi chamado para atuar, mas nem isso salvou a trama, rejeitada pelo público. Como os capítulos estavam atrasados, Barbosa, que estava com problemas de saúde, foi substituído por Walcyr Carrasco, que conseguiu melhorar um pouco os índices do Ibope.