Em tempos de escândalos de corrupção, Operação Lava-Jato, delações premiadas e outros itens do gênero, vale lembrar as novelas da Rede Globo que tinham políticos entre seus principais personagens. Alguns eram inescrupulosos e só visavam enriquecer, já outros eram incorruptíveis.

Confira na lista:

1 – Fera Ferida (1994)

Demóstenes (José Wilker), pai da protagonista, Linda Inês (Giulia Gam), é um canalha, inescrupuloso e corrupto. E se torna prefeito de Tubiacanga. Ele também tinha um caso com Rubra Rosa (Susana Vieira), esposa de seu rival político Numa (Hugo Carvana).

2 – Senhora do Destino (2004)

Reginaldo (Eduardo Moscovis), filho da protagonista, Maria do Carmo (Susana Vieira), se torna prefeito de Vila São Miguel e faz inúmeras falcatruas. Político ambicioso, tem um caso secreto com sua assessora parlamentar, Viviane (Letícia Spiller), sua cúmplice em desvios, sequestros e até assassinatos. No final da trama de Aguinaldo Silva, seus crimes são descobertos, ele é apedrejado pela população e morre.

3 – Eu Prometo (1983)

Na última novela de Janete Clair, em parceria com Glória Perez, temos a história do deputado Lucas Cantomaia (Francisco Cuoco), muito popular, casado com Darlene (Dina Sfat), e que precisa escolher entre a carreira política ou largar tudo, incluindo a família, para viver um romance com a bela fotógrafa Kely (Renée de Vielmond). A novela abordava os bastidores da política e mostrou a campanha de Lucas ao Senado, quando enfrentou o ambicioso Horácio Ragner (Walmor Chagas).

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4 – Tieta (1989)

Na trama de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares, o prefeito de Santana do Agreste é Ascânio (Reginaldo Faria), que faz de tudo pelo progresso da cidade, desde lutar pela instalação da luz elétrica no município até transformar o local em atração turística para movimentar a economia.

5 – Porto dos Milagres (2001)

Em outra trama de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, o inescrupuloso Félix (Antônio Fagundes) é o prefeito de Porto dos Milagres, que explora a população local. Seu rival é Guma (Marcos Palmeira), seu sobrinho, que, no final da trama, acaba se elegendo prefeito da cidade.

6 – A Indomada (1997)

Mais uma trama de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, desta vez com o corrupto Ypiranga Pitiguary (Paulo Betti) como prefeito de Greenville. Manipulado pelo sogro, Pitágoras (Ary Fontoura), baixava portarias absurdas e tinha ideias megalomaníacas.

7 – Roque Santeiro (1985)

Na novela de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, o prefeito Florindo Abelha (Ary Fontoura) só esquentava a cadeira, já que o verdadeiro comandante de Asa Branca era Sinhozinho Malta (Lima Duarte). O prefeito também sofria em casa, com a marcação cerrada da beata Pombinha Abelha (Eloisa Mafalda).

8 – O Rei do Gado (1996)

Como não se lembrar do incorruptível senador Caxias (Carlos Vereza) da trama de Benedito Ruy Barbosa? E o que falar da cena em que ele discursa para um Senado vazio? É o puro retrato da situação política brasileira até os dias de hoje. Caxias era um político dedicado, que não faltava a uma sessão. E era muito amigo do protagonista Bruno Mezenga (Antônio Fagundes). A novela discutiu, inclusive, a reforma agrária, um tema sempre delicado.

9 – O Salvador da Pátria (1989)

A novela de Lauro César Muniz foi exibida justamente no mesmo ano em que o Brasil votaria pela primeira vez para presidente desde o final do regime militar. O ingênuo trabalhador rural Sassá Mutema (Lima Duarte) é manipulado pelo deputado federal Severo Toledo Blanco (Francisco Cuoco). Depois de ser acusado de assassinato e provar sua inocência, ele é eleito prefeito da pequena Tangará. Na sinopse original, Sassá se tornaria presidente da República, mas o autor mudou de ideia justamente por causa das eleições que se aproximavam.

10 – O Bem-Amado (1973)

Atuação magistral de Paulo Gracindo, que deu vida a Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira. A trama de Dias Gomes criticava com humor o Brasil da ditadura militar e fugia da censura nas entrelinhas. O corrupto e demagogo prefeito tinha como sonho inaugurar o cemitério da cidade, nem que, para isso, fosse preciso contratar um pistoleiro, Zeca Diabo (Lima Duarte), para matar alguém…

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor