No ano de 1982, a Globo começou a investir na produção de minisséries. A primeira delas foi Lampião e Maria Bonita. Desde então, foram produzidos diversos títulos, alguns deles de muito sucesso, como Anos Dourados, Anos Rebeldes e A Casa das Sete Mulheres, entre outras.

Confira abaixo 10 minisséries que, no entanto, acabaram sendo esquecidas pela Globo com o passar do tempo:

Avenida Paulista (1982)

Com 15 capítulos, foi exibida entre 10 e 28 de maio de 1982, contando com grandes nomes no elenco, como Antônio Fagundes, Walmor Chagas, Dina Sfat e Bruna Lombardi. Apresentou uma nova linguagem, com poucas falas e muita ação. Foi reapresentada somente uma vez, em 1985.

Quem Ama Não Mata (1982)

No ar entre 12 de julho e 6 de agosto de 1982, teve 20 capítulos. Os protagonistas foram Cláudio Marzo (Jorge) e Marília Pêra (Alice). A minissérie foi inspirada no caso Doca Street, que assassinou a tiros a socialite mineira Ângela Diniz, em 1976, alegando ter matado por amor. Logo no primeiro capítulo, ficou evidente que alguém morreu, mas o público não sabia quem. Foram gravados dois finais: em cima da hora, optou-se por exibir o final em que Jorge assassina Alice. O outro desfecho foi exibido no Fantástico. Assim como Avenida Paulista, voltou em 1985. Uma adaptação atualizada foi feita em 2015, com Felizes Para Sempre?.

Meu Destino é Pecar (1984)

Exibida entre 21 de maio e 20 de julho de 1984, teve 35 capítulos e nomes como Lucélia Santos e Tarcísio Meira no elenco. A minissérie de Euclydes Marinho foi baseada na obra homônima de Nelson Rodrigues. Nunca foi reprisada.

Tenda dos Milagres (1985)

Um dos mais destacados trabalhos de Chica Xavier na televisão, a minissérie de Aguinaldo Silva, baseada no romance homônimo de Jorge Amado, foi exibida entre 29 de julho e 6 de setembro de 1985, com 30 capítulos. O autor já declarou que foi uma das produções que mais gostou de produzir. Elogiada pela crítica, Tenda dos Milagres ganhou, inclusive, prêmios no exterior. Apesar disso tudo, nunca mais foi exibida.

Sampa (1989)

Minissérie de Gianfrancesco Guarnieri, teve apenas quatro capítulos, mostrados entre 26 e 29 de setembro de 1989. A trama forte, estrelada por Cássio Gabus Mendes, era contada em formato de flashback e tinha um clima psicótico. Os paulistanos não gostaram do resultado e a trama está até hoje no arquivo da emissora.

Meu Marido (1991)

De Euclydes Marinho e Lula Torres, foi exibida entre 7 e 17 de maio de 1991, com oito capítulos. Inicialmente idealizada como novela, acabou sendo transformada em minissérie após sugestão de Daniel Filho, que achou a trama muito sofisticada. Com Elizabeth Savalla e Nuno Leal Maia, teve parte de sua trama central reutilizada na mal-sucedida Desejos de Mulher (2002). Foi reapresentada em 1986, apenas para o Distrito Federal, que não contava com Horário Eleitoral Gratuito.

O Sorriso do Lagarto (1991)

Primeira produção independente exibida pela Globo, foi um projeto do diretor Roberto Talma realizado pela TV Plus, usando elenco e técnicos da emissora. Adaptação de Walther Negrão e Geraldo Carneiro do romance homônimo de João Ubaldo Ribeiro, que não gostou do resultado final. A produção voltou somente em 1996, apenas no Distrito Federal, pelo mesmo motivo de Meu Marido.

O Portador (1991)

Com oito capítulos, foi exibida entre 10 e 20 de setembro de 1991 e ficou marcada por discutir a questão da Aids. No papel principal, Jayme Periard, elogiado por sua atuação.

A Madona de Cedro (1994)

Exibida entre 26 de abril e 6 de maio de 1994, com oito capítulos, foi gravada em localidades como Congonhas, Mariana e Ouro Preto (MG). O autor Walther Negrão, que adaptou o romance homônimo de Antônio Callado, não gostou do resultado. “A minissérie deveria ter uns 40 capítulos e acabou ficando com 8. Para ser sincero, nem assisti”, declarou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”. Foi ao ar somente na exibição original.

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Decadência (1995)

Em guerra contra a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, a Globo produziu Decadência, de Dias Gomes, que foi exibida entre 5 e 22 de setembro de 1995, em 12 capítulos. Além da crítica ao fanatismo religioso, mostrou os meandros da política. A confusão foi tanta que chegou a rolar até processo na Justiça da IURD contra a Globo. Para a Globo, a exibição original bastou.

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Thell de Castro

Apaixonado por televisão desde a infância, Thell de Castro é jornalista, criador e diretor do TV História, que entrou no ar em 2012. Especialista em história da TV, já prestou consultoria para diversas emissoras e escreveu o livro Dicionário da Televisão Brasileira, lançado em 2015 Leia todos os textos do autor