A pandemia de Covid-19 segue aterrorizando a vida da população mundial, embora o avanço da vacinação tenha contribuído para uma maior circulação de pessoas.

No entanto, as produções televisivas ainda estão em período de dificuldades. Mas alguns produtos se mantêm equivocados com ou sem pandemia.

Vamos a eles:

Se Joga

O programa criado para ficar no lugar do Vídeo Show nunca deu certo. Nem um dia sequer. A Globo criou um formato vazio, cansativo e que misturava tudo e não apresentava nada. Érico Brás, Fabiana Karla e Fernanda Gentil nunca conseguiram um bom entrosamento e a artificialidade na apresentação predominava.

A pandemia do novo coronavírus fez a emissora priorizar o jornalismo em sua programação e vários programas saíram do ar momentaneamente. Porém, a Globo insistiu no formato apenas aos sábados e tentou trazê-lo de volta.

Mas apenas com Fernanda Gentil no comando e sem games. Apenas repercutindo notícias dos artistas. Pareceu um Vídeo Show genérico. Novamente não funcionou. Estreou em março e saiu do ar no final de julho.

Zig Zag Arena

Zig Zag Arena

Fernanda Gentil não tem sorte com programas. Desde que migrou dos esportes para a área do entretenimento, a apresentadora só entrou em furada. A Globo só cria formato péssimo para sua contratada. A emissora a tirou do Se Joga e a enfiou em um programa de games aos domingos que se mostrou um equívoco completo.

O cenário luxuoso e cheio de luzes impedia o telespectador de prestar atenção na disputa e a ideia de colocar narradores e comentaristas – Everaldo Marques, Hortência e Marco Luque – para transformar a ‘diversão’ em um jogo sério não funcionou.

Inicialmente, os competidores seriam médicos, advogados, enfim, pessoas anônimas. Mas logo no domingo seguinte apelaram para famosos com o intuito de chamar mais atenção. Nem assim deu certo.

O fracasso foi tanto que a Globo tirou o programa do ar no dia 19 de dezembro e o planejamento era mantê-lo até dia 30 de janeiro de 2022. A atração chegou a ficar em terceiro lugar de audiência.

Mestre do Sabor

Após anos ignorando a existência de realities culinários da concorrência e adaptando apenas formatos para breves quadros no Mais Você, a Globo se rendeu ao lucrativo empreendimento e criou seu próprio programa gastronômico em 2019. Porém, não funcionou.

A repercussão foi nula e a disputa, com regras quase iguais as do The Voice Brasil, não empolgou. A segunda temporada em 2020 se mostrou tão desinteressante quanto e a única alteração foi a entrada de Monique Alfradique para explicar algumas provas.

O restante seguiu o mesmo: jurados que só elogiam, participantes que só acertam, disputa morna e apresentadores que pouco falam. Na terceira temporada, em 2021, nada mudou. O mesmo programa sem tempero de sempre.

No Limite

A volta do reality que fez sucesso no ano 2000 fracassou. André Marques se mostrou apático na apresentação e o programa ter tido apenas uma edição por semana afetou a identificação do público com os participantes.

Não deu para se envolver de fato com os perrengues que todos enfrentavam, até porque pouco era mostrado da rotina deles. O foco era apenas em cima das provas, todas repetitivas e desinteressantes.

Nem mesmo a escalação de um elenco repleto de ex-BBBs fez a diferença. Ao menos a campeã foi Paula Amorim, que era mesmo a mais merecedora da disputa.

Amor de Mãe

Amor de Mãe

A novela de Manuela Dias colheu vários elogios em sua chamada primeira parte, mas ainda assim a trama apresentava problemas evidentes. Apenas o enredo de Lurdes (Regina Casé) em busca do paradeiro de seu filho Domênico (Chay Suede) chamou atenção do público.

Na segunda parte, exibida neste ano, todos os equívocos da trama ficaram ainda mais explícitos, como o péssimo desenvolvimento de todos os casais, a falta de construção dos conflitos paralelos e a falta de destaque de Vitória (Taís Araújo), classificada como uma das três protagonistas, mas que virou quase figuração.

A transformação de Thelma (Adriana Esteves) em uma louca surtada que sequestrou Lurdes também prejudicou a reta final da novela.

A autora ainda teve a infelicidade de abordar a pandemia na segunda parte, o que deixou o conjunto ainda pior.

Beirou o patético ver personagens de Vladimir Brichta e Nanda Costa sensualizando na hora de tirar a máscara para um beijo ou então se beijando no acrílico de um bar sujo. E Betina (Isis Valverde) com suas unhas imensas em pleno atendimento de vítimas da covid-19? Enfim, para esquecer.

Saída abrupta de Faustão da Globo

Todos já sabiam que o contrato de Fausto Silva com a Globo seria encerrado em dezembro. Ele mesmo não fazia questão de esconder e até teve um divertido bate-papo com Juliette, campeã do BBB21, sobre o futuro do apresentador no dia que a ex-BBB foi ao programa.

E nunca foi noticiado o real motivo para o rompimento da parceria tão bem-sucedida. Mas tudo ficou muito mais confuso e desrespeitoso quando Fausto precisou se ausentar para tratar de um problema de saúde e não voltou mais. Sem direito a qualquer despedida.

A emissora simplesmente acabou com o Domingão do Faustão depois de 32 anos e dane-se o telespectador.

Tiago Leifert foi escalado para apresentar o restante da Super Dança dos Famosos, que acabou virando uma atração solo. Depois ainda enfiaram Welder Rodrigues e Dani Calabresa para apresentarem as vídeocassetadas porque não tinham o que colocar na grade. Um show de equívocos.

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Cancelamento da Malhação

Outra atitude lamentável da Globo. Há mais de 25 anos no ar, o seriado adolescente virou um grande lançamento de talentos que são constantemente aproveitados em novelas e séries da emissora.

A última temporada inédita foi Malhação – Toda Forma de Amar, encerrada no início de 2020, antes do tempo por conta da pandemia e que acabou resultando em um desfecho péssimo e corrido.

Um produto tão amado pelo público e que já fez tanto sucesso com temporadas memoráveis não merecia encerrar sua trajetória daquela forma.

Para culminar, o canal tomou a decisão pelo cancelamento sem nem avisar aos novos autores (Eduardo e Marcos Carvalho) que preparavam uma nova história para estrear em 2022 com 70% do elenco formado por atores negros. Já estavam com 40 capítulos prontos. Um desrespeito.

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Reprise de Império

A novela de Aguinaldo Silva foi um sucesso em 2014 e consagrou merecidamente Alexandre Nero na pele do comendador José Alfredo.

No entanto, a trama tinha como grande atrativo apenas o enredo central. Todos os núcleos paralelos foram equivocados e a reprise apenas comprovou cada erro, além de ter exposto o quão apelativo era o romance do protagonista com Maria Isis, que vivia trancada em um apartamento como se fosse prostituta de luxo.

Ainda ficou mais claro como Cora foi uma vilã que prometeu muito e cumpriu pouco, apesar do show de Drica Moraes e Marjorie Estiano.

Para culminar, a Globo reexibiu a produção quase na íntegra. A reprise não repetiu os bons índices de audiência da época.

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Reprise de Pega Pega

Outra reprise equivocada da Globo. Com tanta novela das sete marcante e de sucesso, a Globo optou por uma trama que teve uma elevada audiência em 2017, mas cuja repercussão foi nula. A história de Cláudia Souto não tinha força para provocar boas memórias no público e a falta de carisma da maioria dos personagens era um dos motivos.

O enredo não tinha estrutura para tantos meses no ar. A reexibição acabou beneficiada porque a emissora picotou bastante a novela, o que deu um clima de maior agilidade.

Mas a audiência não chegou nem perto do que alcançou na primeira exibição. E a reprise só comprovou que o maior acerto da história foi o casal formado por Maria Pia e Malagueta, vividos por Mariana Santos e Marcelo Serrado.

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A Fazenda 13

Rico Melquiades em A Fazenda 13

O reality da Record não conseguiu chegar nem perto do sucesso da décima segunda temporada exibida em 2020. A repercussão foi tímida e resultado da escalação de um elenco sem carisma.

Apenas Rico, Dayane e Solange renderam momentos que marcaram a temporada. Sem o trio, a atração teria sido pior do que já foi.

Vale citar ainda as polêmicas do primeiro mês, como a escolha deplorável de Nego do Borel para o time, que resultou na expulsão do participante acusado de abusar sexualmente de Dayane. A desistência de Medrado também atrapalhou o andamento do jogo porque Rodrigo Carelli resolveu colocar Lary Bottino no lugar, que rendeu ainda menos.

Só vale elogiar o desempenho de Adriane Galisteu e a vitória de Rico, o protagonista da edição.

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Sérgio Santos é apaixonado por TV e está sempre de olho nos detalhes. Escreve para o TV História desde 2017 Leia todos os textos do autor