O julgamento de Alexandre, Mascarado chamado de Sombra: a quarta semana de A Viagem

17/01/2021 às 14h50

Por: Nilson Xavier
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A Viagem – Semana #4

• A novela fecha um mês de exibição com um acontecimento esperado: o julgamento de Alexandre, que, condenado, foi transferido da casa de detenção para uma penitenciária. Nisso, saem de cena Marcos Oliveira, Anselmo Vasconcellos, Paulo César Pereio e Ademir Zanyor, e entram Tony Tornado e Guti Fraga, como os novos companheiros de cela de Alexandre.

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E mais bunda de preso tomando banho, uma obsessão do diretor Wolf Maya – sim, porque não consigo conceber que Ivani Ribeiro tenha escrito no roteiro “câmera focaliza bunda de preso tomando banho ao fundo da cena”.

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Ainda sobre o julgamento, as participações especiais de Carlos Kroeber (o juiz), Cláudio Corrêa e Castro (o advogado de defesa) e Isaac Bardavid (o promotor). Muito boa a sequência em que o juiz profere a sentença e Diná surta.

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• Chegou a cena que eu estava esperando: o Mascarado foi chamado de Sombra por Carmem, na quinta-feira (capítulo 22). Foi a única vez. Este era o nome que o personagem tinha na primeira versão da novela (de 1975), quando foi interpretado por Carlos Augusto Strazzer.

No site Teledramaturgia, explico o porquê da mudança: o nome foi trocado para atender a um pedido de Fausto Silva, que já tinha um Sombra em seu programa Domingão do Faustão, no quadro em que o ator Santiago Galassi fazia brincadeiras com as pessoas nas ruas.

Só que, logo em seguida, um capítulo adiante, Carmem se refere ao personagem como Mascarado e fica esse nome definitivamente. E o Mascarado é ninja, como visto no final do capítulo de quinta-feira.

• Como pode Estela e Lisa serem vizinhas e Estela não se ligar que Lisa é a namorada (agora ex) de Alexandre? Existem duas teorias. A primeira, de que Estela mora na vila faz pouco tempo, não cola, porque existe uma fala de Cininha em que ela revela conhecer o passado de Estela com o marido e o que ela passou com ele, como se Estela fosse antiga na vizinhança.

A outra teoria é a de que Estela e Lisa são mulheres batalhadoras, passam o dia fora, trabalhando, logo mal se veem, mal têm contato uma com a outra. De fato, não houve ainda uma cena sequer das duas juntas. Também fiquei me perguntando se a família Toledo citou o nome Lisa para Estela em algum momento – sinceramente não lembro – o que seria a explicação mais plausível, independentemente das duas se barrarem na vila ou de Estela ser nova na vizinhança ou não.

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• O escritório de arquitetura em que Téo e Mauro trabalham parece uma sala de quinta série né? Todos os atores muito jovens e muito good vibes. Só faltava o dono (quem é o dono?) permitir que eles trabalhassem de bermuda, que houvesse refrigerante de graça, sala para descansar do estresse…

• Essa semana foi revelado que Tato, filho de Otávio Jordão, tem 21 anos de idade. Mas, acredite, o ator Felipe Martins já tinha 34 anos quando interpretou o personagem. Essa diferença não incomoda, a não ser quando ele corteja a adolescente Bia, recém-saída da infância, como de fato era a atriz Fernanda Rodrigues. Carlos Alberto Riccelli, que viveu o personagem na primeira versão da novela, tinha 29 anos em 1975.

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• Por falar em idade… Dona Maroca parece mais avó de Alexandre, não? Digamos que a velha senhora tenha 70 anos. Alexandre tem 25 e Maroca o deu à luz com 45 anos, em 1969 (1994, ano da novela, menos os 25 anos de Alexandre). Ok.

• Eu ri quando Diná, na antessala para o julgamento de Alexandre, pede uma ficha de telefone para a irmã: “Estela, me dá uma ficha que eu quero ligar pra mamãe“.

Você que é novinho, sabia que, naquela época, se quiséssemos ligar para alguém e não tivéssemos um aparelho celular (e a grande maioria não tinha), tínhamos que ligar de um orelhão com fichas (mas acho que em 1994 já existiam cartões telefônicos). Ri porque lembrei do ato de jogar fichas dentro do aparelho e, ao final, ele soltar as que não foram usadas. Saudade? Nenhuma!

SOBRE O AUTOR
Desde criança, Nilson Xavier é um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: no ano de 2000, lançou o site Teledramaturgia, cuja repercussão o levou a publicar, em 2007, o Almanaque da Telenovela Brasileira.

SOBRE A COLUNA
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

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