Fiasco: novela rejeitada pelo público terminava há 15 anos na Globo

No dia 2 de novembro de 2007, a Globo transmitia o último capítulo de Eterna Magia, novela de Elizabeth Jhin exibida às 18 horas e que amargou uma das baixas audiências do horário no período. A trama precisou passar por reformulações para tentar conquistar e cativar o público.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A história se baseava no cotidiano da fictícia cidade de Serranias – fundada por irlandeses e localizada em Minas Gerais – nas décadas de 1930 e 1940.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Bruxaria

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM!

Eterna Magia inicia com o retorno da pianista Eva Sulivan (Malu Mader) à sua cidade natal para conquistar Conrado (Thiago Lacerda). O rapaz, que um dia já foi apaixonado por ela, agora está noivo de sua irmã, a doce Nina (Maria Flor), uma jovem que nasceu com o dom da magia.

Para alcançar o seu objetivo, Eva conta com a ajuda de Zilda (Cássia Kiss), uma poderosa aliada conhecida por ser uma “bruxa do mal”. Assim que Nina começa a dominar os seus poderes, inicia-se uma batalha entre as bruxas do bem e a as bruxas do mal.

A obra foi a primeira novela solo de Elizabeth Jhin, depois de atuar por mais de dez anos como colaboradora de outros autores. Antes disso, ela já havia dividido a autoria de Começar de Novo, de Antonio Calmon, novela das sete exibida entre 2004 e 2005.

Para desenvolver sua história sobre bruxas boas e más, a autora buscou inspiração nas wiccans, mulheres que praticam a religião Wicca. Ironicamente, o folhetim se passava na década de 1940 do século 20, enquanto a religião passou a ser difundida apenas a partir dos anos 1950.

Mesmo com essa incoerência, dentro da trama as bruxas eram chamadas de valentinas quando eram boas e de rasputinas quando eram más.

Baixa audiência

O público não comprou a trama das bruxas e Eterna Magia amargou baixos índices de audiência. Para tentar salvar a novela, a autora decidiu aproveitar a mudança de fase da história para realizar diversas reformulações.

O tom soturno nas ambientações e caracterizações do elenco, além do enfoque sobre a bruxaria, foram atenuados ou eliminados. Essa segunda fase teve início no último bloco do capítulo 32, que foi ao ar no dia 18 de junho de 2007.

No capítulo 33, a novela entrou ao ar com uma nova abertura e com pequenas alterações, como a inserção de cenas dos protagonistas centrais inseridas nas imagens.

Até a música de abertura foi trocada: o tema instrumental deu lugar à canção Nada Além, interpretada por Sidney Magal, que já havia sido tema de abertura de outro folhetim de época, Vida Nova (1988), então numa gravação de Nelson Gonçalves.

Apesar das mudanças, a audiência até que reagiu, mas Eterna Magia está longe de ser considerada um sucesso popular.

Destaques

Entre os artistas que se destacaram no elenco, estava Cássia Kis, que deu vida à vilã Zilda. Seu visual foi inspirado no da atriz Meryl Streep no filme O Diabo Veste Prada (2006).

Também fazia parte do folhetim a atriz Irene Ravache, que viveu a sofrida e amargurada Loreta. Por sua atuação na trama, Irene foi indicada ao Emmy Internacional de melhor atriz.

A novela também contou com a participação especial do escritor Paulo Coelho como o mago Sion, que narrou um texto apresentando a trama e contracenou com a atriz Maria Flor. Curiosamente, sua participação foi gravada na Dinamarca, onde o romancista estava recebendo um prêmio.

Outra curiosidade de Eterna Magia foi a escolha do ator alemão Pierre Kiwitt para viver o médico Peter Gallagher. Como Pierre não era fluente na língua portuguesa, ele precisou ter aulas para aprimorar o idioma.

A novela marcou a estreia de atrizes como Isabelle Drummond, Lara Rodrigues e Izak Dahora, recém-saídos do Sítio do Picapau Amarelo. Marcos Pigossi, Tainá Muller e Daniela Fontan completaram o elenco.

Eterna Magia ficou no ar de 14 de maio a 2 de novembro de 2007, totalizando 148 capítulos e, até o momento, nunca foi reprisada.

Sair da versão mobile