Novela que estreava em 1994 teve mudanças para escapar de ser barrada

28/10/2021 às 5h47

Por: Thell de Castro
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Divulgação / Globo

Atualmente, a Globo já tem suas próximas novelas programadas para os próximos anos. Mas, antigamente, isso não acontecia dessa forma. Diversas tramas de sucesso da emissora foram criadas às pressas e ainda sofreram alterações antes de entrar no ar. É o caso de Quatro por Quatro, que estreava há 27 anos, em 24 de outubro de 1994.

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Sucesso da faixa das sete da Globo, a trama entrou na grade global por acaso, já que não era a vez de Carlos Lombardi na fila de autores. Mas a sucessora de A Viagem foi cancelada e o autor foi convocado para criar uma nova história às pressas, tanto que as gravações foram iniciadas já diretamente com os capítulos escritos, sem uma sinopse prévia. Enquanto isso, a história de Ivani Ribeiro foi esticada.

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Quatro por Quatro estreou com apenas 17 capítulos escritos e seguiu nesse ritmo frenético até o fim. “Na segunda da estreia, gravávamos cenas para o capítulo quatro, da quinta-feira. E a novela seguiu atrasada de início ao fim”, disse Lombardi em entrevista ao site NaTelinha em 2019. “Entreguei o último e fui direto para o hospital com desidratação, lumbago, ansiedade, gripe e tudo o que tinha direito para quem tinha corrido uma maratona”, completou.

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Originalmente, o elenco da novela também seria bastante diferente. O nome Quatro por Quatro foi definido menos de dois meses antes da estreia – a trama, inicialmente, se chamaria Anjos Rebeldes.

O novo título foi dado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, então todo-poderoso da Globo, que ainda pediu mudanças na escalação dos artistas e quase barrou a obra por achar o elenco pouco estrelado.

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“Os nomes só serão definidos durante uma reunião que teremos esta semana. Existem várias hipóteses, é claro, mas temos que ver quem se adequa melhor a cada perfil”, declarou Lombardi ao jornal O Globo em 9 de agosto de 1994, algo impensável nos dias atuais.

Troca-troca

Ao invés de Letícia Spiller, ex-paquita de Xuxa que acabou virando febre nacional como Babalu, a primeira escolha havia sido Adriana Esteves, que vinha de Renascer, produção que sucesso, mas que rendeu lhe rendeu críticas.

Uma reportagem do jornal O Globo de 28 de agosto daquele ano destacava a futura Carminha, de Avenida Brasil, como a atriz que viveria a personagem. Veio setembro e Babalu ainda não tinha dona – as cenas já estavam cenas gravadas. Spiller acabou ganhando o papel após encantar o diretor Ricardo Waddington em seu teste.

Betty Lago, que havia se destacado em Anos Rebeldes (1992), estreou em novelas brilhando como Abigail e Calpúrnia. Mas ela entrou depois que o acerto com Bruna Lombardi não rolou e houve a persistência do autor em seu nome.

Eliane Giardini estava cotada para ser Auxiliadora, que ficou com Elizabeth Savalla, que voltava às novelas após sete anos.

Por fim, Cristiana Oliveira, a eterna Juma, de Pantanal, ganhou Tatiana depois que Malu Mader, a favorita para o papel, acabou sendo reservada para outra trama – o que não se confirmou, já que ela voltou às novelas somente em 1999, em Força de um Desejo. Enfim, uma tempestade perfeita.

Outros nomes que estavam cotados para a trama e não se confirmaram foram Taumaturgo Ferreira, que viveria Fortunato, papel que ficou com Diogo Vilela, e Patrícia Travassos.

No final das contas, mesmo com toda essa correria e alguns percalços, Quatro por Quatro foi exibida até 22 de julho de 1995, em 233 capítulos.

Quem nunca a viu ou tem vontade de rever pode se animar: a trama está na lista de novelas que será disponibilizada pelo Globoplay nos próximos meses.

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