Ciranda de Pedra, um dos melhores trabalhos de Eva Wilma, estreava há 40 anos

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A grande Eva Wilma nos deixou neste domingo, 16. Coincidentemente, neste dia 18 de maio, completam-se 40 anos de uma das novelas de maior sucesso estreladas pela atriz: a primeira versão de Ciranda de Pedra, de 1981.

Eva Wilma, a Vivinha, se foi, mas continuará viva em nossa lembrança por meio de seus trabalhos inesquecíveis. Falta o Viva ou o Globoplay nos presentear com essa joia.

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Abaixo, 10 curiosidades sobre Ciranda de Pedra:

1 – Eva Wilma como Laura

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A atriz destacou-se com uma personagem difícil, de forte carga dramática: Laura, ex-mulher do Dr. Prado (Adriano Reys), de quem se separou depois de ter sido internada em um sanatório para doentes mentais. Artista plástica, sensível e culta, Laura não aguentou a opressão exercida pelo marido no casamento e foi viver com a filha caçula, a adolescente Virgínia (Lucélia Santos), sob os cuidados de seu médico neurologista, Daniel (Armando Bógus), que a tirou do sanatório por acreditar que ela não é louca, como Prado insistia em afirmar.

Laura sofria de um problema neurológico que a levava a um mundo irreal. Ainda assim, era capaz de momentos de grande lucidez. A personagem não é a protagonista do livro (mas sua filha Virgínia) – inclusive Laura morre no decorrer da história, no livro e na novela.

Na segunda versão do romance – a novela escrita por Alcides Nogueira em 2008 -, Laura ganhou o protagonismo e foi interpretada por Ana Paula Arósio.

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2 – O romance versus a novela

Adaptada por Teixeira Filho do romance homônimo de Lygia Fagundes Telles (publicado em 1954), a novela de 1981 foi uma das melhores adaptações da fase literária do horário das seis da TV Globo. O foco da trama – assim como no livro – era a personagem Virgínia, interpretada por Lucélia Santos.

Porém, o novelista ateve-se apenas a uma parte do romance, quando Virgínia era adolescente. Quem leu o livro sabe que a história evolui para a juventude e o amadurecimento da protagonista, para bem além da morte de sua mãe (Eva Wilma) – quando Virgínia afasta-se de sua família e segue sua própria vida.

Em 2008, Alcides Nogueira fez uma nova adaptação do romance para a TV, mas que nada teve a ver com a novela de 1981. Desta vez, o foco foi o triângulo Laura, Dr. Prado, pai de criação de Virgínia, e Daniel, pai biológico dela (vividos por Ana Paula Arósio, Daniel Dantas e Marcello Antony, respectivamente).

3 – Temas espinhosos

Assim como no romance original, Teixeira Filho tentou – dentro das possibilidades permitidas para horário das seis na época – discutir temas espinhosos, como separação de casais, adultério, esquizofrenia, impotência masculina e homossexualidade, ainda que nas entrelinhas. O livro vai mais fundo nessas abordagens. Já a novela, quando não tratou levemente, apenas sugeriu.

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4 – O título

O livro explica o título Ciranda Pedra: Virgínia comparava suas irmãs Otávia e Bruna, os vizinhos Letícia e Conrado, e o namorado de Bruna, Afonso, com os anões de pedra que circundavam uma fonte, formando uma ciranda, no jardim da mansão de seu pai, o Dr. Prado.

Da mesma forma que os cinco anões de pedra unidos na ciranda, os amigos de Virgínia não aceitavam mais um membro em sua roda. Na novela, a ciranda de pedra aparecia na abertura e no cenário da mansão Prado.

5 – Nomes trocados

Dois personagens importantes na história tiveram seus nomes alterados na transposição do livro para a novela. Conrado, o vizinho rico de Virgínia, por quem ela era apaixonada desde a infância, virou Luís Carlos, na novela, vivido por Roberto Pirilo. Já o pretendente de sua irmã Bruna (Silvia Salgado), o interesseiro Afonso, na novela chamou-se Sérgio, papel de Edson Celulari.

Vale lembrar que na versão de Ciranda de Pedra de 2008, o autor Alcides Nogueira manteve os nomes originais do livro (personagens vividos por Max Fercondini/Conrado e Caio Blat/Afonso).

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6 – Produção

Uma das mais brilhantes reconstituições de época da TV Globo até então, Ciranda de Pedra retratou a São Paulo do pós-Guerra, na década de 1940. Os figurinos capricharam no visual neorromântico, com vestidos justos, terninhos e redes nos penteados para as mulheres, e costumes e chapéus garbosos para os homens. Pesados carros Ford ilustraram várias externas.

Os principais cenários da trama eram o Jardim Europa, onde ficavam as mansões das famílias vizinhas Prado e Cassini, e a Vila Mariana, onde estava o núcleo pobre. Para retratar os dois ambientes, a cidade de Petrópolis e o bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, serviram de locações.

7 – Elenco

Uma trama essencialmente baseada em conflitos psicológicos, demandava um elenco afinado e coeso, com atores em papeis densos e difíceis. Os destaques foram Eva Wilma (Laura), Armando Bógus (Dr. Daniel), Adriano Reys (Dr. Prado), Lucélia Santos (Virgínia) e Norma Blum, como a governanta com ares nazistas Frau Herta, papel que marcou a carreira da atriz.

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8 – De Luz del Fuego a Virgínia

Lucélia Santos estava filmando Luz del Fuego quando foi convidada para encarnar Virgínia. A atriz interpretava a vedete no filme de David Neves e mudara completamente o visual para personificar Luz del Fuego, cuja vida fora marcada por escândalos.

Lucélia lembra que o trabalho de composição de Virgínia foi difícil, pois a personagem da novela tinha um comportamento oposto ao da vedete: era uma jovem adolescente da década de 1940, meiga e comportada.

9 – Estreias

Ciranda de Pedra marcou várias estreias na TV Globo. Foi a primeira novela na emissora do autor Teixeira Filho, que vinha de uma longa carreira nas TVs Tupi e Excelsior (ele faleceu pouco tempo depois, em 1984). Foi também a primeira vez em que o diretor Wolf Maya foi creditado na direção de uma novela (ao lado de Reynaldo Boury e Herval Rossano, este último, o diretor geral).

Foi a primeira novela na Globo do ator Adriano Reys (egresso da TV Tupi) e da jovem atriz Alzira Andrade, irmã de Denise Del Vecchio e então nora de Teixeira Filho. Também a estreia em novelas das atrizes Priscila Camargo e Thaís de Campos.

10 – Reprise pelas manhãs

Ciranda de Pedra foi reapresentada apenas uma vez e não foi noVale a Pena Ver de Novo (à tarde). Até 1983, o programa matutino TV Mulher mantinha um quadro chamado “Novela”, às 11 da manhã, reservado para reprises.

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Repetindo o que sinalizei acima: a reprise dessa novela é uma boa pedida para o canal Viva ou o Globoplay.

No mais, deixo esse bonito registro do reencontro das atrizes – mãe (Eva Wilma) e filhas (Lucélia Santos, Silvia Salgado e Priscila Camargo) -, em 2015, 34 anos após a novela. Crédito da foto: Coleção Marcelo Del Cima (Facebook).

AQUI tem tudo sobre Ciranda de Pedra: trama, elenco, personagens, trilha sonora e muitas curiosidades de bastidores.

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