A amizade inabalável das Five: relembre a história de Malhação: Viva a Diferença

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Dizem que amigos são a família que a gente escolhe. Mas, algumas raras vezes, o destino é capaz de tomar as rédeas da nossa vida e nos presentear com uma amizade inesperada e mais forte que distância, tempo e, principalmente, diferenças que poderiam separar as pessoas.

É sobre isso que se trata Malhação: Viva a Diferença, concebida por Cao Hamburger e dirigida por Paulo Silvestrini: a formação de um elo inabalável de amizade entre cinco garotas, que se sobrepõe às diferenças culturais e sociais.

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E é na pulsante e plural São Paulo que a história desta amizade entre cinco meninas de universos distintos nasce a partir de uma experiência única e inesquecível. Se não fosse pelo acaso do destino, talvez elas nunca fossem se aproximar e ver como as diferenças, no fundo, podem ser enriquecedoras para uma relação.

Não por acaso, pela primeira vez em 22 anos, uma temporada de Malhação foi ambientada em São Paulo. A capital paulistana foi escolhida como pano de fundo deste enredo por representar um microcosmos do Brasil em toda sua pluralidade.

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O encontro das Five

É mais um dia agitado em São Paulo. As nuvens carregadas anunciam um temporal daqueles que para a cidade. Keyla (Gabriela Medvedovski), Lica (Manoela Aliperti), Ellen (Heslaine Vieira), Tina (Ana Hikari) e Benê (Daphne Bozaski) estudam em escolas do bairro Vila Mariana e talvez já tenham cruzado olhares. Keyla, Ellen e Benê são alunas do Colégio Estadual Cora Coralina. Lica e Tina, da escola particular Colégio Grupo. Mas, apesar de frequentarem o mesmo bairro, elas são de realidades distintas e não se conhecem. Ainda. Por coincidência, embarcam no mesmo vagão de metrô junto com outras dezenas de pessoas.

Ao longo do caminho, o vagão esvazia e só restam as cinco meninas. A chuva lá fora aperta e o caos é iminente. É quando uma pane faz o metrô parar. Keyla, carregando uma barriga de nove meses de gravidez, começa a sentir as dores do parto. A tensão dentro do vagão é proporcional à tempestade que cai na rua. Talvez por não verem outra alternativa, mas sem dúvida por terem muita coragem e solidariedade, as outras quatro meninas se unem para ajudá-la. Sem saída, elas veem a urgência de realizar o parto ali mesmo.

Cada uma busca, dentro de si e revisitando as próprias experiências, uma forma de ajudar. Benê corre atrás de socorro. Tina telefona para a mãe médica. Ellen consegue acessar uma rede de wi-fi e busca vídeos de tutoriais de parto. Lica coloca em prática as instruções que recebe. Apesar das adversidades, elas cinco, juntas e unindo forças, conseguem trazer Tonico à vida.

O nascimento da criança marca o vínculo entre essas cinco garotas de raízes, vivências e personalidades distintas: uma rica de estilo alternativo, uma hacker da periferia, uma rebelde e artista sansei, uma tímida e solitária que quer muito ter amigas e uma mãe adolescente. São as Five. Elas vão ter que encarar conflitos entre si, em relação às suas famílias e também à sociedade.

Keyla: menina doce, romântica… e mãe adolescente. E agora?

Keyla (Gabriela Medvedovski) tem uma autoestima de dar gosto. Sua autoconfiança é sob medida, não a deixa tirar os pés do chão, e sua alegria desperta a empatia das pessoas que esbarram com ela. Adora viver a vida intensamente. É bem resolvida e vive sonhando com o príncipe encantando. Herdou o romantismo e o lado sonhador do pai Roney Romano (Lúcio Mauro Filho), um homem criativo e bastante sonhador.

Na juventude, Roney teve uma carreira meteórica como cantor romântico. Fez uma única música de sucesso, a “Amor Selvagem”, que lhe rendeu um momento de fama passageira. Foi assim que a mãe de Keyla se interessou por ele, quando fazia show em sua cidade. A moça só queria ficar com o popstar, mas Roney se apaixonou de verdade. Quando ela faleceu, o cantor ficou arrasado e não titubeou ao assumir o papel de pai e mãe da filha. Com isso, foi se afastando da vida artística e comprou uma lanchonete, que fica entre o Colégio Estadual Cora Coralina e o Colégio Grupo e é hoje seu ganha-pão.

É no colégio público que Keyla estuda. E foi lá que conheceu Katarine (Talita Younan) e Katiane (Carol Macedo), que eram suas melhores amigas. Elas formavam o trio K1, K2 e K3, mas acabaram se afastando, quando Keyla engravidou. K1 é invejosa, adora fazer fofoca e vive bolando planos para conseguir o que quer e, principalmente, prejudicar Keyla. K2 é mais romântica e doce, mas não mede esforços para conquistar sua grande paixão: Tato. As duas dançam funk e formam um trio com Fio (Lucas Penteado), outro aluno do colégio público.

Também foi no colégio que Keyla conheceu Teobaldo (Matheus Abreu), mais conhecido como Tato, um rapaz aficionado por Downhill Urbano que vive desbravando São Paulo sobre duas rodas. Ele é o menino que qualquer sogra gostaria de ter como genro: educado, bom moço, responsável e carinhoso. Talvez por todas essas características, Tato se veja enredado em uma situação explosiva: ser, desde sempre, apaixonado por Keyla e, ao mesmo tempo, seu melhor amigo.

Não seria exagero dizer que Tato daria a vida por Keyla. Ele assume um papel especial na vida dela, quando Keyla descobre uma gravidez inesperada. Esse é um dos motivos que fizeram K1 e K2 se afastar de Keyla. Elas consideram Keyla uma traidora, já que Tato era a paixão de K2, com quem mantinha um caso sem compromisso.

Tato vai morar com Keyla, Tonico e Roney e começa a trabalhar na lanchonete do “sogro” para ajudar com as despesas. E será na função de chapeiro da lanchonete que ele encontra seu talento e vocação: a culinária.

Ellen: uma menina muito além da realidade que a cerca

Ellen (Heslaine Vieira) é uma dessas meninas que contrariam todas as estatísticas. Vive na Vila Brasilândia, bairro pobre de São Paulo. Ao invés de ser vítima do ambiente que a cerca, usa toda sua inteligência para correr atrás dos seus sonhos. Aluna do colégio público, é um gênio no que se refere a tecnologia. É autodidata e sabe tudo de computação e programação. Na verdade, é uma hacker talentosa. O problema é que seu talento já a colocou em algumas confusões e ela tem certa cautela em usar o seu dom. É uma menina introvertida e muito inteligente.

Estuda no Colégio Estadual Cora Coralina e faz o esforço de praticamente atravessar a cidade de São Paulo todo dia para estudar nessa escola, porque é uma referência em ensino. Na infância, seu pai tinha uma oficina de eletroeletrônicos, onde ela adorava passar o tempo e ajudá-lo. Aos poucos, se tornou uma expert no assunto.

Ela mora com a avó, Maria das Dores (Ju Colombo), e com o irmão mais velho, Anderson (Juan Paiva). A mãe, Nena (Roberta Santiago), vive em função do trabalho como auxiliar de enfermagem e quase não para em casa. Viúva, é uma mulher bonita como Ellen, mas que já foi bastante castigada pela vida. Nena se ressente de não poder acompanhar a vida dos filhos de perto, mas quer melhorar de vida. Seu lema é: trabalho chama trabalho.

Anderson trabalha como motoboy, cercado de alguns colegas que flertam com o “mau caminho”, fato que exige dele muita determinação para não cair em tentação e pegar um atalho facilitador e sem volta. Mas sua grande paixão é a música. Ele pretende se tornar produtor de funk e já está enturmado nesse universo. Com Moqueca (Felipe Hintze), vai investir tudo na carreira.

Maria das Dores é uma mulher batalhadora. Dona de um sorriso contagiante, está sempre incentivando os netos. Das Dores tem um conhecimento de vida admirável. Sábia, ponderada, entende muito bem a nova geração. Para ajudar nas despesas da casa, ela faz coxinhas para fora.

Ellen tem um admirador no colégio, o Fio (Lucas Penteado), que manja tudo de dança. Graças à amizade com as meninas do metrô, ela conhece José Carlos (Hall Mendes), o Jota, o maior nerd na escola particular Colégio Grupo. Jota é amigo de Tina (Ana Hikari) e Juca (Mikael Marmorato). Também é programador e é convencido dos seus talentos, mas se encanta pelo dom de Ellen e quer descobrir tudo o que ela sabe. Ellen vai ficar entre o Fio e todo seu gingado, e Jota com seu interesse em comum por computação.

Tina: clássica ou contemporânea?

Tina (Ana Hikari) é esperta, sarcástica e preza pela liberdade. Desde pequena faz aulas de violoncelo, tem um grande talento para música e interesse por artes em geral. Gosta da cultura japonesa e lê mangá, mas sua curiosidade vai além. Ela estuda na escola particular Colégio Grupo, onde conheceu os amigos Jota (Hall Mendes) e Juca (Mikael Marmorato). Eles são como os três mosqueteiros do pedaço.

Tina é filha de Mitsuko (Lina Agifu), que sonha que a filha siga seus passos na carreira de Medicina e mantenha a tradição de casar com um descendente oriental. Mitsuko é uma excelente médica, competente e respeitada. No fundo, Mitsuko é controladora e sufoca a filha com suas manias, obsessões e decisões. A matriarca planeja tudo nos mínimos detalhes, inclusive a vida das filhas. Detesta improvisos, imprevistos e tudo que sai do estabelecido. Gosta muito do marido, Noboru (Carlos Takeshi), mas sua relação com ele é militar.

Noboru (Carlos Takeshi) é dono de um restaurante japonês, e vive tentando apaziguar as desavenças entre a filha e a esposa. Ele não é tão rígido em relação às escolhas profissionais das meninas. Telma (Julie Kei) é a caçula e faz as vezes de “fiscal” da irmã, principalmente quando diz respeito às novas amizades, que Mitsuko não aprova. Ela também estuda no Colégio Grupo e é a filha perfeita para Mitsuko. Sempre que pode, Telma se aproveita de alguma informação para conseguir favores e presentes de Tina.

Mitsuko sabe que Tina quer desbravar o mundo e acredita que a proximidade com as meninas do Metrô possa distanciá-la de seus planos para a filha. Mas a garota não se abala. Aliás, as novas amizades trazem também uma nova paixão quando ela conhece o irmão de Ellen (Heslaine Vieira), Anderson (Juan Vieira), motoboy que quer ser produtor musical.

Muito sedutor, Anderson se apaixona por Tina (Ana Hikari). Ele a apresenta a uma nova cena cultural de São Paulo, tomada por funk e rap, e Tina se encanta. Eles se unem no amor pela arte, numa mistura de experimentações musicais entre o clássico e o contemporâneo. Mas terão que enfrentar muitos obstáculos por serem de classes sociais diferentes e não contarem com o apoio dos pais.

Todo encanto de Benê

Benedita (Daphne Bozaski) é uma jovem encantadora e com um divertido excesso de sinceridade. Para ela, não tem tempo ruim quando o assunto é calçar os tênis e sair correndo pela cidade de São Paulo. Benê é muito inteligente e tem um raciocínio diferente. Leva muito no literal algumas expressões e é extremamente sincera. Não consegue mentir. Tem muita dificuldade em expressar suas emoções e manter um relacionamento interpessoal. O encontro no Metrô de São Paulo vai mudar a vida da jovem. A partir dali, Benê passará a ter amigas e fará tudo para defender esse círculo.

Ela estuda no Colégio Estadual Cora Coralina. E é nos fundos da escola que mora, com a mãe, Josefina (Aline Fanju) e o irmão, Juninho (Davi Souza). Josefina é a zeladora da escola. Muito comunicativa, é conhecida e querida por todos os alunos. Muito focada, ela trabalhou de dia e estudou de noite durante anos até que foi aprovada em um concurso público e está só esperando ser chamada para começar a lecionar.

Josefina cria os filhos com o mesmo zelo e alegria que cuida da manutenção da escola, fazendo todo tipo de conserto quando necessário. É prática e objetiva, e isso se reflete na forma como se veste: usa um cinto de utilidades porque gosta de ter as ferramentas à mão. Mãe solteira depois que o ex-marido saiu de casa, Josefina lida de forma muito leve e positiva com as dificuldades da filha. Ela apoia a aproximação de Benê com as meninas no Metrô, afinal, pela primeira vez está vendo a garota rodeada de amigas. As novas amizades vão fazer com que Bene descubra novos talentos e aptidões que revolucionarão sua vida.

É através das meninas do Colégio Grupo que Benê conhece Guto (Bruno Gadiol). Ele parece um cara mal-humorado e metido, mas no fundo é sensível e atencioso. Toca piano muito bem desde criança e tem como melhor amiga Samantha (Giovanna Grigio). É através dele que Benê descobrirá um grande talento musical.

A nada fácil vida de Lica

Heloísa (Manoela Aliperti) vem de família da alta sociedade paulistana. Tem tradição e erudição. À primeira vista, poderia ser classificada como uma patricinha. Mas esse rótulo definitivamente não a define. Lica, como é conhecida pelos amigos, adora misturar estilos e usar roupas transadas. É filha de Marta (Malu Galli) e Edgar (Marcello Antony), dono do Colégio Grupo. Aparenta ter uma vida perfeita até o dia em que seus pais assumem a separação. Apesar de ser uma garota muito forte, vai sofrer bastante com essa fase turbulenta.

Marta largou a carreira de modelo logo após o casamento com Edgar. Bonita e sofisticada, faz a linha mãe amiga e tenta entender os conflitos da filha. Já Edgar é inconsequente. Herdou o Colégio Grupo do pai, um educador sério, mas não o talento ou a vocação para a educação. O objetivo de Edgar é um só: ganhar dinheiro. Para ele, a escola é um negócio que deve ser lucrativo. Marta e Edgar tinham um casamento feliz. Mas a separação deles traz uma série de revelações que têm duras consequências, especialmente para Lica, que começa a ver o pai se comportar de uma maneira impensada e insensível.

Lica namora MB (Vinicius Wester). Ele é bonito, rico e descolado. Mimado pelos pais, peca pelos excessos e tenta entender seu papel no mundo, vivendo com tantos privilégios e acima de qualquer lei, enquanto se joga de corpo e alma em experiências radicais.

Clara (Isabella Scherer) é a melhor amiga de Lica. Uma menina mimada e superprotegida pela mãe Malu (Daniela Galli) e pelo pai Luis (Angelo Antonio), que também estão se separando.

Malu é professora na escola particular e amiga de Marta desde a infância. Apesar de Marta nunca ter competido com ela, Malu sempre esteve na disputa. Pelo seu ponto de vista, Marta sempre foi mais bonita, mais interessante, inteligente e bem-sucedida. Luis é o contrário. Publicitário, vive no mundo glamoroso e frenético da publicidade. Mas é solidário, sensível e vai sofrer bastante com a separação.

Por influência da mãe, Clara foi se tornando uma autêntica patricinha. Muito ligada a tudo que demonstre status, como roupas de marcas, joias e celulares, Clara já estava colocando em xeque a amizade que tinha com Lica, por seu jeito descolado e suas atitudes pouco “ortodoxas”. Clara e Lica eram melhores amigas, imitando a amizade das mães. Brincavam que eram falsas irmãs, até que a separação dos seus pais traz uma enxurrada de revelações do passado e deixa a amizade entre elas com os dias contados.

O namorado de Clara, Felipe (Gabriel Calamari), é um cara atencioso e talentoso nas artes. Sabe desenhar, faz grafites e ainda prática Downhill Urbano.

Dóris & Bóris & Sócrates

Dóris (Ana Flávia Cavalcanti) é diretora da escola pública, o Colégio Estadual Cora Coralina. Está sempre às voltas com o sistema e as dificuldades da sua escola. É durona, exigente, disciplinada e disciplinadora. Sem deixar de ser atenciosa e, quando preciso, afetuosa. Dóris muitas vezes acaba se dedicando demais. Vive com Bóris (Mouhamed Harfouch) há muito anos, uma situação cômoda já que casar de véu e grinalda nunca foi seu sonho.

Filhos nunca estiveram nos seus planos. Ela e Bóris combinaram logo no começo do relacionamento que seriam sempre só os dois. Ou melhor, três, já que Dóris aceitou que ele adotasse um cachorro. Ela chegou a se arrepender quando recebeu Sócrates em casa, afinal o vira-lata passou um ano destruindo tudo. Mas agora já se afeiçoou. Mesmo assim, não dá moleza para Sócrates e tenta adestrar o cachorro para que ele seja mais comportado.

Dóris pode até não ter um filho, mas de certa maneira acaba exercendo a maternidade com as centenas de alunos que tem. Apesar dos problemas intrínsecos ao sistema público de educação, a instituição mantém um nível elevado pelo esforço e competência da obstinada diretora.

Bóris é o orientador da escola particular, o colégio Grupo. Excelente no que faz, é compreensivo e ponderado. Vive às turras com Edgar (Marcello Antony), o dono da instituição. É contra os métodos que o chefe quer impor. A grande diferença entre os dois está no fato de Bóris sempre querer o melhor para os alunos, ao contrário de Edgar, que vê a escola como um negócio que deve ser lucrativo.

Muito apaixonado por Dóris, Bóris admira imensamente a mulher. No entanto, o ponto de atrito do casal fica claro quando se trata de filhos. Ele vai começar a pressionar Dóris a mudar de ideia e isso vai gerar muita tensão e desgaste entre os dois.

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