Normalmente, principalmente nos últimos anos, as emissoras fazem um intenso planejamento para suas próximas novelas. Mas nem sempre isso dá certo e algumas tramas tiveram que ser produzidas às pressas, correndo contra o tempo.
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Confira na lista:
Pecado Capital (1975)
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Estava tudo pronto para a Globo estrear Roque Santeiro, de Dias Gomes. Mas a Censura proibiu a exibição da trama bem no dia do primeiro capítulo. A emissora reagiu com um forte editorial, lido por Cid Moreira no Jornal Nacional, e convocou Janete Clair para criar uma nova obra em tempo recorde, utilizando o elenco que já estava escalado.
Enquanto isso, foi exibido um compacto de Selva de Pedra. Nesse meio tempo, nasceu Pecado Capital, um grande sucesso da autora e da história da televisão brasileira.
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Nina (1977)
Aqui está um caso de trama de última hora que não deu certo. A Globo estrearia Despedida de Casado, de Walter George Durst, mas a Censura agiu novamente e impediu a exibição alguns dias antes da estreia, com vários capítulos gravados, gerando um prejuízo de cinco milhões de cruzeiros.
A solução para suceder Saramandaia foi Durst escrever uma nova trama, às pressas: Nina, que manteve Regina Duarte e Antônio Fagundes como protagonistas. Mas a novela de época não teve boa audiência.
Pai Herói (1979)
Aqui entra novamente o talento de Janete Clair. No rodízio de autores determinado pela Globo, Lauro César Muniz teria que escrever a sucessora de Dancin’ Days, mas estava doente. O que a Globo fez? Chamou Janete, que já havia salvado a pátria em 1975 e novamente voltava para a máquina de escrever, pouco depois de terminar O Astro.
Ela trouxe uma história já apresentada na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, em 1958. Um Estranho na Terra de Ninguém foi atualizada e incrementada, se tornando Pai Herói, e virou um sucesso. Muniz veio em seguida, com Os Gigantes, problemática novela da história do canal.
Fera Radical (1988)
No início de 1988, a Globo iria fazer a novela de época Amor Perfeito, de Alcides Nogueira, baseada em obras de Visconde de Taunay. No entanto, em virtude de mudanças no departamento de teledramaturgia da emissora e elevados custos de produção, a trama foi cancelada.
Dessa forma, Walther Negrão foi chamado para desenvolver uma nova obra às pressas. Nasceu aí Fera Radical, a partir de um projeto engavetado. As inspirações vieram em O Tempo e o Vento, de onde surgiu o personagem de José Mayer, e de Cavalo de Aço, que inspirou a protagonista vivida por Malu Mader. A novela foi um sucesso.
Anos mais tarde, Amor Perfeito saiu do papel, se tornando Força de um Desejo.
Tieta (1989)
Um dos grandes sucessos da história da teledramaturgia da Rede Globo foi a adaptação de Tieta do Agreste, de Jorge Amado, em 1989. Produzida às pressas, Tieta entrou no lugar de Barriga de Aluguel, que seria a substituta de O Salvador da Pátria, mas teve sua produção suspensa por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, então diretor da emissora.
Boni alegou que a trama tinha excesso de drama e queria uma história mais leve. Ironicamente, a novela de Glória Perez foi produzida no horário das seis em 1990, também com grande sucesso.
A Viagem (1994)
Parece que boa parte das novelas da Globo que foram feitas às pressas alcançaram êxito. Outro caso é o de A Viagem, remake de trama dos anos 1970 da Tupi. Com a mal-sucedida Olho por Olho terminando, a emissora ainda não sabia o que colocar no ar em fevereiro daquele ano.
A história de Ivani Ribeiro, também cotada para o horário das seis, acabou ganhando a parada e foi executada a toque de caixa, em apenas 20 dias. No final, deu tudo certo e a obra é um dos maiores sucessos da história global.
O Fim do Mundo (1996)
Com apenas 35 capítulos, O Fim do Mundo foi usada para tapar buraco: Explode Coração estava no ar e a Globo não conseguiu iniciar a produção de O Rei do Gado a tempo. Normalmente, nestas situações, a trama que está no ar é esticada, mas Glória Perez já havia combinado com a emissora que seria liberada para o julgamento do assassinato de sua filha, Daniella Perez.
A solução foi pegar O Fim do Mundo, que seria uma minissérie do horário das 22h30, e colocar no principal horário de teledramaturgia do canal. Apesar de ter mantido a audiência da faixa, a experiência foi única e descartada em seguida.
Fascinação (1998)
Dessa vez, foi o SBT que resolveu fazer uma novela às pressas. No início de maio de 1998, Silvio Santos botou na cabeça que uma novela de Walcyr Carrasco daria certo no embate contra Torre de Babel, que estrearia na Globo.
Fascinação foi feita a toque de caixa e entrou no ar no mesmo dia que a trama da Globo – 25 de maio. Mesmo não ameaçando a liderança global, Fascinação não fez feio, chegando a obter 10 pontos de média.
Coração de Estudante (2002)
A produção, escrita por Emanuel Jacobina, que fez sucesso como autor de Malhação, foi feita em tempo recorde, em virtude do cancelamento da proibição de A Dança da Vida, de Maria Adelaide Amaral.
A emissora achou que a história seria muito forte para o horário das seis. Do elenco principal, vários atores que estariam na novela adiada foram mantidos na nova trama, que manteve a média de audiência da faixa.
A Dona do Pedaço (2019)
Estrelada por Juliana Paes, a sinopse da novela, que terminava há dois anos, foi feita às pressas por Walcyr Carrasco, que revelou ter sido convocado pela Globo para ocupar a faixa das 21 horas. Ele criou a história em apenas duas semanas após o adiamento de Amor de Mãe, de Manuela Dias, que veio em seguida.
“Foi uma novela que aconteceu de repente. Escrevi a sinopse em duas semanas e não planejei tanto assim. A história vai me chamando. E me satisfaz muito”, contou o autor no Altas Horas.