Glória Perez furando fila: 10 mudanças na lista de novelas da Globo
09/03/2022 às 20h25
A Globo surpreendeu ao anunciar, nesta quarta (9), que a novela Olho por Olho, de João Emanuel Carneiro, será produzida no Globoplay. A trama estava prevista para substituir Pantanal no segundo semestre de 2022. No lugar dela, será produzida Travessia, de Glória Perez, que deveria vir apenas no próximo ano.
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No entanto, não foi a primeira vez que a emissora mudou de ideia e fez mudanças em sua lista de novelas previstas – algumas mudaram até de faixa.
Confira 10 exemplos na lista:
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Confira:
Cambalacho (1986)
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A comédia de Silvio de Abreu protagonizada por Fernanda Montenegro e Gianfrancesco Guarnieri quase foi exibida no tradicional horário das oito em 1986.
A direção da Globo buscava uma substituta para o fenômeno Roque Santeiro (1985) e cogitou promover a trama, porém a história de Cambalacho, que só poderia ser contada por um viés cômico, era mais condizente com a faixa das sete.
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Silvio, ciente da situação, rejeitou a promoção. Por fim, optaram pelo remake de Selva de Pedra, sucesso de Janete Clair exibido em 1972.
Top Model (1989)
Primeira novela do roteirista e cineasta Antônio Calmon, escrita em parceria com Walther Negrão, Top Model estava programada para substituir Vida Nova no horário das seis, em maio de 1989.
Entretanto, a emissora optou por exibir Pacto de Sangue, que estreou com todos os seus capítulos já finalizados. Top Model continuava cotada para a faixa das seis, quando Daniel Filho, então diretor da Central Globo de Produções, a promoveu para às 19 horas, “rebaixando” O Sexo dos Anjos, que estava inicialmente prevista para este horário.
Barriga de Aluguel (1990)
A Globo inicialmente pensou em exibir Barriga de Aluguel às 20 horas. No começo de 1989, a sinopse estava em discussão, praticamente aprovada para substituir O Salvador da Pátria.
Reynaldo Boury, em depoimento ao livro Biografia da Televisão Brasileira, revelou:
“Tinha tudo pronto. Elenco contratado e cidade cenográfica erguida. O planejamento era iniciar as gravações dentro de vinte dias, no máximo trinta”.
Entretanto, veio uma ordem de Boni para mudar tudo, alegando que esta não era uma trama adequada para o horário das oito, e sim para às seis. Foi quando ele sugeriu a Boury a adaptação do romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado, que acabou substituindo O Salvador da Pátria.
Barriga de Aluguel só foi estrear no ano seguinte, às 18 horas, desta vez sob a batuta de Wolf Maya.
Lua Cheia de Amor (1990)
Lua Cheia de Amor estava prevista para a faixa das 18 horas, no lugar de Barriga de Aluguel, enquanto a nova novela das sete (substituindo Mico Preto) seria Perigosas Peruas, de Carlos Lombardi.
Porém, os planos mudaram: Lua Cheia de Amor, remake disfarçado de Dona Xepa, entrou no lugar de Perigosas Peruas, que foi adiada e só estreou dois anos depois.
A Viagem (1994)
O sucesso de Ivani Ribeiro estava programado para o horário das seis. A intenção da Globo era de “exorcizar” a malfadada Olho no Olho, história paranormal jovem de Antônio Calmon, muito criticada na época.
Contudo, a emissora optou pela história de Ivani por ela ser mais dramática, romântica e adulta, ainda que permanecesse no âmbito do sobrenatural.
Ainda assim, a Globo demorou para se decidir por ela, devido ao impasse com Vira-Lata, de Carlos Lombardi. Quando o martelo foi finalmente batido, o diretor Wolf Maya teve apenas vinte dias para colocar a novela no ar.
Meu Bem Querer (1998)
A trama escrita por Ricardo Linhares, que teve como título provisório Terra do Sol, deveria suceder Era Uma Vez no horário das seis. No entanto, após o autor entregar o primeiro bloco de capítulos, a direção aprovou o texto para a faixa das sete.
A intenção era transpor para este horário a fórmula de novelas regionalistas com doses de realismo fantástico, que na época fazia sucesso no horário das oito. Infelizmente, não deu certo.
Este foi o último trabalho do diretor de núcleo Paulo Ubiratan, que faleceu em 29 de março de 1998, aos 51 anos, vítima de um ataque cardíaco, quando a trama estava na fase de pré-produção.
No último capítulo, o elenco o homenageou com a frase:
“Esta novela foi dedicada a Paulo Ubiratan, nosso bem-querer”.
Uga Uga (2000)
Já imaginou o índio loiro Tatuapú e sua minúscula tanga sendo exibidos no pudico horário das seis? A Globo, desgostosa com os índices das últimas tramas exibidas no horário, resolveu apostar numa comédia para segurar a audiência da faixa e chamou Carlos Lombardi para conceber uma novela que estava prevista para estrear em janeiro de 2000.
Contudo, dificuldades na escalação do elenco da atração de Lombardi fez com que a direção da emissora optasse pela sinopse escrita por Ana Maria Moretzhon, Esplendor.
Mesmo assim, Uga Uga continuava cotada para suceder Esplendor no horário, porém, como a novela de Ana Maria Moretzhon foi espichada, a trama acabou sendo a substituta de Vila Madalena na faixa das 19 horas.
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Negócio da China (2008)
Inicialmente pensada para o horário das sete, Negócio da China foi antecipada para as seis. Isso gerou uma quebra no ciclo de novelas românticas de época que habitavam a faixa desde 2005.
O objetivo era conquistar o público jovem, que havia abandonado a Globo no horário pós-Malhação, mas não deu certo.
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Velho Chico (2016)
O projeto de Velho Chico estava guardado há anos e seria para uma novela da faixa das seis. Com a necessidade de realocar as ambientações do horário das nove, que vinha de tramas desastrosas como Babilônia e A Regra do Jogo, optou-se por resgatar essa trama de Benedito Ruy Barbosa, em caráter de urgência.
A Lei do Amor, de Maria Adelaide Amaral e Vicent Villari, que foi protelada, acabou entrando depois de Velho Chico. Ambas decepcionaram.
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Amor de Mãe (2019)
Estreia de Manuela Dias como autora solo de novelas, Amor de Mãe deveria vir depois de O Sétimo Guardião, em maio de 2019. No entanto, com o fracasso da trama de Aguinaldo Silva, a Globo recorreu a Walcyr Carrasco, que escreveu A Dona do Pedaço às pressas.
Dessa forma, Amor de Mãe estreou depois dessa trama, que fez sucesso, e ainda foi prejudicada pela pandemia de Covid-19.