A reprise de Paraíso Tropical chegou ao fim nesta sexta-feira (3) no Vale a Pena Ver de Novo. O repeteco não atingiu grande audiência nas tardes da Globo, ao contrário de sua exibição original, que obteve bons índices.

Tony Ramos como Antenor em Paraíso Tropical
Tony Ramos como Antenor em Paraíso Tropical

Originalmente, o último capítulo foi ao ar em 29 de setembro de 2007 e respondeu ao público o grande mistério da novela: a verdade em torno do assassinato de Taís (Alessandra Negrini).

Porém, a trama de Gilberto Braga e Ricardo Linhares teve um desfecho que deixou a desejar. Os autores cometeram erros que comprometeram o final da história.

Muita história pra pouco tempo

Os autores de Paraíso Tropical deixaram todos os finais da novela para o último capítulo. Isso rendeu um episódio apressado, com resoluções rápidas demais que acabaram deixando o público decepcionado.

Alguns desfechos românticos, por exemplo, não precisavam ter ficado para o último capítulo. A perseguição e morte de Jáder (Chico Diaz) também poderia ter acontecido antes.

Com a antecipação de alguns desfechos, sobraria mais tempo para Gilberto Braga e Ricardo Linhares desenvolverem melhor os finais mais importantes, como o final de Olavo (Wagner Moura) e a reconciliação de Antenor (Tony Ramos) e Lúcia (Gloria Pires).

Desfecho de Bebel

Camila Pitanga na cena final de Bebel em Paraíso Tropical
Camila Pitanga na cena final de Bebel em Paraíso Tropical

Em 2007, o público não estava tão interessado assim em saber quem matou Taís. A maior curiosidade da audiência era saber o que ia acontecer com Bebel (Camila Pitanga), a personagem mais popular da trama.

No entanto, o final de Bebel foi mostrado de maneira apressada. O público nem ao menos entendeu que a prostituta havia perdido seu bebê. Ela foi presa, passou-se o tempo e ela já ressurgiu toda diva depondo numa CPI.

O mais estranho é que o bebê que ela esperava tinha a ver justamente com o último golpe de Olavo, que queria usar o filho para enganar Antenor. Sendo assim, este desfecho poderia ter sido mais bem explicado.

Final “alternativo”

O problema da pressa do último capítulo ficou tão evidente que a Globo decidiu fazer algo pouco usual: acrescentar cenas extras na reprise do último capítulo, que foi ao ar em 30 de setembro de 2007.

Além dos finais citados acima, também ficou confuso o desfecho de Alice (Guilhermina Guinle), que apareceu trabalhando como gari sem qualquer razão aparente. Pois, numa cena extra na reprise, Marion (Vera Holtz) aparecia esclarecendo tudo.

A ex-promoter surgiu numa conversa com Claudio (Jonathan Haagensen) onde comentava que Alice havia sido condenada após agredir uma empregada e, por isso, passou a prestar serviços comunitários. Na mesma cena, ela explicou também que Bebel perdeu seu bebê na prisão.

Outra cena extra também foi exibida na reprise do último capítulo, desta vez envolvendo Rodrigo (Carlos Casagrande) e Tiago (Sergio Abreu). Na cena, Tiago conta ao marido que desistiu do emprego no exterior, dando um final feliz ao casal. Assim, eles tiveram direito a se despedir do público, já que não apareceram no último capítulo original.

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André Santana é jornalista, escritor e produtor cultural. Cresceu acompanhado da “babá eletrônica” e transformou a paixão pela TV em profissão a partir de 2005, quando criou o blog Tele-Visão. Desde então, vem escrevendo sobre televisão em diversas publicações especializadas. É autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, publicado pela E. B. Ações Culturais e Clube de Autores. Leia todos os textos do autor