Exibida originalmente em 2007, Paraíso Tropical termina sua trajetória no Vale a Pena Ver de Novo nesta sexta (03). Apesar do êxito da reta final da trama na exibição original, a novela ficou marcada por erros que prejudicaram sua trajetória.

Alessandra Negrini em Paraíso Tropical
Alessandra Negrini em Paraíso Tropical

Alguns deles, felizmente, foram corrigidos a tempo pela emissora. Confira quatro deles:

Rejeição inicial

O início de Paraíso Tropical foi rejeitado pelo público, que considerou a trama muito masculina. Daniel (Fabio Assunção) e Olavo (Wagner Moura) brigavam pelo poder na empresa de Antenor (Tony Ramos), dominando a trama com armações e intrigas. Faltavam personagens femininas fortes e romance, na opinião do público.

A emissora antecipou o tradicional grupo de discussão, percebeu o que estava acontecendo e ajustou o rumo da novela, dando força a tipos como Bebel (Camila Pitanga) e Taís (Alessandra Negrini).

O autor Gilberto Braga revelou que contou com a ajuda do amigo Silvio de Abreu para resolver alguns problemas da trama.

Casal insosso

Alessandra Negrini e Fábio Assunção em Paraíso Tropical
Alessandra Negrini e Fábio Assunção em Paraíso Tropical

Paraíso Tropical ficou marcado por um casal de protagonistas insosso, que nunca empolgou o público. O romance de Paula (Alessandra Negrini) e Daniel (Fábio Assunção) era certinho demais. Como dito em matérias da época, os dois eram arautos da moralidade e foram classificados como “xaropes”.

Tanto que a novela só engrenou quando as atenções se voltaram para o casal formado por Olavo e Bebel, que caíram nas graças do público, a ponto de muita gente torcer por eles.

Outro casal que roubou a atenção na trama foi formado por Ana Luísa (Renée de Vielmond) e Lucas (Rodrigo Veronese), que também roubou espaço dos protagonistas.

Casal assexuado

A novela tinha coadjuvantes interessantes, como os já citados Ana Luísa e Lucas, mas um casal em especial não agradou. Rodrigo (Carlos Casagrande) e Tiago (Sérgio Abreu) foram apresentados como um casal gay, mas não demonstraram nenhuma relação afetuosa ou de intimidade em cena.

“O casal gay não tinha importância alguma na trama. Era para acariciar a classe [os gays]. Mas a classe é muito crítica, quer carinho, beijo na boca”, revelou, mais tarde, Gilberto Braga em depoimento ao livro Autores, Histórias da Teledramaturgia, confirmando o que o público e a mídia perceberam na época da exibição original.

Final corrido

A partir da troca da identidade das gêmeas vividas por Alessandra Negrini, Paraíso Tropical ficou eletrizante, com fortes acontecimentos em praticamente todos os capítulos.

No entanto, muitas tramas ficaram para ser resolvidas no último capítulo, deixando o final bastante corrido.

Tanto que a Globo tomou uma decisão inusitada: cenas inéditas foram inseridas na reprise do último capítulo para tentar explicar melhor o final de alguns personagens.

“Infelizmente, vai ficar como a novela que teve um último capítulo em duas versões. Quem não assistiu à reprise não entendeu o final”, disparou o colunista Artur Xexéo no jornal O Globo após o desfecho da trama.

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Thais Milena é uma jornalista formada apaixonada pela história da televisão brasileira e pelo universo dos famosos. Com conhecimento e entusiasmo, se dedica a compartilhar informações, curiosidades e análises sobre os bastidores da televisão, os programas icônicos e os artistas renomados do Brasil. Através do trabalho, busca entreter e informar seus leitores, levando-os a uma viagem pelos momentos marcantes e pelas personalidades que influenciaram a cultura televisiva do país.